A seleção dos Estados Unidos chegou ao Brasil e se dirigiu ao Centro de Treinamentos do São Paulo cercada de cuidados extremos. Cedo, um helicóptero sobrevoava o CT da Barra Funda, onde adentrou o ônibus dos atletas americanos devidamente escoltado por veículos da Polícia Militar.
Lá estavam, inclusive, homens da Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas (ROCAM) e agentes do FBI. Isso mesmo, o Federal Bureau of Investigation também mandou seu pessoal. Como nos filmes. Isso depois de inspeções e visitas de especialistas em segurança.
— Paranóia — dirão alguns.
— Exagero — definirão outros.
— Lá eles também têm violência — disparará o "Pacheco" magoado.
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Jurgen Klinsmann observa os jogadores da seleção dos Estados Unidos em São Paulo
Jurgen Klinsmann observa os jogadores da seleção dos Estados Unidos em São Paulo: forte aparato de segurança
Sim, sabemos bem que os Estados Unidos têm um histórico de violência que inclui atentados aos seus próprios presidentes. Por isso mesmo, quando preciso, eles costumam se cercar de todos os cuidados dentro do próprio território. Algo que se acentuou após 11 de setembro de 2001.
Mas a preocupação dos sobrinhos do Tio Sam em "Terra Brasilis" é compreensível. Se no quintal deles já andam assim, cheios de cuidados, imagine aqui. O Brasil é um país violento no qual ônibus ardem em chamas de norte a sul com assustadora freqüência.
Se bandidos pouco (ou nada) sofisticados são capazes de incendiar coletivos até com pessoas lá dentro, crianças entre elas, não há como condenar os americanos por sua prevenção. Se presos são decapitados dentro dos presídios brasileiros, como recriminá-los?
Sem cuidados extremos, o que terroristas internacionais seriam capazes de fazer nesse cenário? Vamos nos colocar por alguns instantes no lugar do responsável pela segurança dessa delegação. O que você faria? Chegaria ao Brasil escoltados por dois PMs?
Estamos às vésperas de um evento que trará muita gente do mundo inteiro para o nosso país. E não vivemos em segurança por aqui. Diante disso, não faz sentido criticar a conduta daqueles que eventualmente chegarem envolvidos em fortíssimos esquemas de proteção.
É uma pena, é lamentável e até vergonhoso para nós, brasileiros. Mas é a realidade. Melhor encarar e pensar em quem nos levou a essa situação do que se queixar desses visitantes precavidos. Gente que terá de conviver com o mesmo medo que costuma nos acompanhar no dia-a-dia.
Francisco De Laurentiis/ESPN.com.br
Jogadores da seleção dos Estados Unidos treinam no CT do São Paulo: até o FBI veio
Jogadores da seleção dos Estados Unidos treinam no CT do São Paulo: até o FBI veio dar segurança ao time americano