terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Operador de guindaste da Arena Corinthians estava em 'maratona' de 18 dias de trabalho, diz Ministério

mila Mattoso/ESPN.com.br
Guindaste caiu no Itaquerão e matou duas pessoas
Guindaste caiu no Itaquerão e matou duas pessoas
Após o acidente que matou dois operários na Arena Corinthians há cerca de duas semanas, o superintendente regional do Ministério do Trabalho de São Paulo, Luis Antonio Medeiros, afirmou nesta terça-feira durante vistoria no estádio da Zona Leste paulistana que o operador do guindaste responsável pela tragédia estava numa maratona de trabalho.
Segundo Medeiros, o operário que conduzia a máquina estava sem folga havia 18 dias. "Devido à rapidez da obra, todo dia aqui tem duas horas extras. Estava conversando com a Odebrecht no sentido da gente dar uma limitada nisso. É legal fazer duas horas extras por dia, mas soube agora que o mecânico do guindaste estava há 18 dias sem nenhum descanso. Então, nós vamos limitar onde houver perigo, onde o cidadão é quase um piloto, tem que estar desestressado, tem que estar tranquilo", afirmou.
"Ele [operador] falou para nós e nós temos os dados. Ministério do Trabalho tem [acesso a] cartão de ponto, tem tudo. Eu não sei o que a empresa combinou com ele se esses 18 seriam compensados se era banco de horas. Nós achamos que há uma exaustão para a pessoa que opera um mecanismo tão delicado", completou.
O nome do operário que controlava o guindaste é José Walter Joaquim, de 56 anos. Segundo o ministério, ainda não há como relacionar as duas mortes com a carga de trabalho consecutiva do trabalhador. A Odebrecht, construtora responsável pela obra, ainda não comentou o caso.