A Conmebol informou o São Paulo nesta sexta-feira que o segundo jogo das semifinais da Copa Sul-Americana, contra a Ponte Preta, não será no estádio Moisés Lucarelli em Campinas. O Tricolor, seguindo o regulamento da competição que exige 20 mil torcedores de capacidade a partir das oitavas de final até as semifinais, pediu e foi atendido pela entidade.
A Macaca tem um documento que mostra capacidade maior do que 20 mil, diferentemente do que tem a Federação Paulista. Conversei com Márcio Della Volpe, presidente da Ponte Preta, que atirou contra o São Paulo.
A Ponte Preta ainda não foi comunicada oficialmente pela Conmebol?
Ainda não. Pode ser que eles tenham passado para o São Paulo, que encaminhou diretamente para eles, e a Federação Paulista, que está fechada hoje.
Por tudo que já foi publicado, a Ponte vai ser comunicada. Como você recebe essa decisão?
Com tristeza, muita tristeza. Não tinha necessidade de chegar nesse ponto. Estamos chateados, porque tivemos acesso ao dossiê que eles fizeram, totalmente desnecessário.
O São Paulo então fez um dossiê para tirar o mando da Ponte no Majestoso?
Fez um processo grande, nós tivemos acesso a ele, dá mais ou menos 100 páginas detonando o Majestoso. Acho que ninguém ganha com isso, não tinha necessidade de fazer isso, um tricampeão mundial, não precisava de nada disso aí, pedir a mudança de campo. Até porque agora você passa o jogo para outro estádio, que não vai ter o mesmo conforto do Moisés Lucarelli, aqui já está tudo pronto, preparado... E é uma tristeza para a cidade de Campinas, que poderia receber uma semifinal de Sul-Americana e fomos cerceados desse direito. Sendo que se o São Paulo não tivesse questionada nada, isso não teria acontecido.
Assim como Vélez e Deportivo Pasto jogaram.
Exatamente. Vieram aqui, jogaram a partida, o Vélez empatou, sem problema algum. Elogiaram muito, o delegado da Sul-Americana elogiou muito o Moisés Lucarelli, as condições, o tratamento... A alegação do São Paulo foi segurança, e agora sim a insegurança está instalada. Isso que é duro... Vamos enfiar 20 mil torcedores na estrada, vai ser aquela complicação, torcida raivosa contra o São Paulo, mas isso tem sido comum na vida do São Paulo, brigar com outros times, o São Paulo acho que gosta disso.
E com a Ponte ainda mais? Por causa do caso do goleiro Lucão...
Isso aí é outro assunto, que estamos tratando juridicamente. Mas acho que uma coisa não tem relação com a outra. Foi uma decisão tomada pelo São Paulo que já tomou no passado, com o Atlético Paranaense. Estou me recordando agora também que o Tigres não jogou em seu estádio no passado, não sei se foi um pedido do São Paulo para não jogar em seu estádio... Pode até ser isso. É uma praxe deles ficar tirando mando do seu time.
Imagino que a decisão não esteja tomada, mas a ideia é levar o jogo para Mogi Mirim?
Jogo para Mogi Mirim, mas já estou sabendo que eles estão questionando também, dizem eles que têm um laudo na mão, apesar de já ter visto na Federação Paulista que dá 20 mil quinhentos e poucos torcedores, mas parece que eles já estão divulgando que vão entrar com recurso porque eles têm o número de 19.500.. 19.800. Então já se percebe que há claramente intenção de prejudicar.
É uma atitude pequena do São Paulo na sua opinião?
Minúscula. Minúscula, atitude mesquinha, picuinha. Ao invés de se preocupar com futebol, está se preocupando com capacidade de estádio, e alegando que aqui é maltratado. Uma coisa absurda.
A Ponte estuda algum recurso? Há possibilidade de mudança na decisão?
Nós encaminhamos para a Conmebol um laudo.. um laudo não, desculpe, um trabalho de redimentsionamento do Moisés Lucarelli feito junto ao Corpo de Bombeiros. Nós encaminhamos isso para a Conmebol no final da tarde de ontem (quinta-feira), não sei se já analisaram isso lá, não deram essa resposta, mas pelo horário que me disseram que a Conmebol enviou o comunicado não devem ter analisado. Mas vamos ver se tem alguma chance com a Conmebol, se não tiver vamos indicar outro estádio e seguir em frente, porque a decisão vai ficar só pro campo.
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