terça-feira, 6 de agosto de 2013

A hora da reação

A hora da reação
Renato Augusto voltou de lesão apressadamente, entrou em campo contra o São Paulo por meia hora, semana passada, e ajudou a resolver o jogo contra o Grêmio na última quarta-feira.
O famoso sentido de justiça característico da gestão de Tite no Corinthians exigia sua
presença. Só quem não vê futebol julgou que Pato pudesse mudar isso em Criciúma.
Pato não joga porque vive machucado. Renato Augusto joga quando está bem --e também conviveu com lesões desde sua chegada, em janeiro. Mas Renato Augusto pede passagem. Pato, não.
Editoria de arte/Folhapress
Ontem Renato Augusto entrou pela esquerda, no lugar de Émerson. Mas ele se desloca e mostra que pode atuar em qualquer uma das três posições atrás do centroavante.
Principalmente pelo meio, na vaga de Danilo. E Tite já cogitou até prepará-lo para herdar o lugar de Paulinho, onde Guilherme joga bem neste momento.
Guilherme também cresce a cada jogo. Não tem as infiltrações surpreendentes de Paulinho. Ajuda a armar a equipe lá de trás. Às vezes com lançamento que deixam companheiros na cara do gol.
Não é simples jogar no Corinthians. Exige esforço.
Na semana passada, o zagueiro Paulo André insinuou que os atacantes deveriam marcar menos para o ataque voltar a fazer gols. Diagnóstico equivocado poderia matar o doente.
O Corinthians voltou a marcar a saída de bola fortemente, intensamente. Voltou a vencer.
Entre as estrelas do banco de reservas, só Renato Augusto tem esse espírito. Marca, rouba bolas, tabela, avança, faz gols. Em Criciúma, mostrou que precisa ser titular, como já foi no Campeonato Paulista e só não seguiu sendo porque a seqüência de lesões atrapalha seu desempenho.
Em Criciúma, o Corinthians mostrou pela primeira vez, na prática, o que o discurso da comissão técnica insiste em dizer há mais de um mês. Que não é verdadeiro o desprezo pelo Brasileirão, aparente nas rodadas mais recentes.
O Corinthians jura querer o título. Do presidente ao massagista, o discurso repete que apostar todas as fichas na Copa do Brasil é arriscado demais, porque a vaga na Libertadores pode morrer no último lance do último jogo.
Então, é preciso iniciar a reação já. Diminuir a diferença de pontos para uma quantidade que permita virar no segundo turno a partir dos três próximos jogos " Santos na Vila Belmiro, Vitória no Pacaembu, Fluminense no Maracanã.
Se o Corinthians somar pelo menos sete pontos nos próximos dez dias entrará na briga pelo título com Cruzeiro, Botafogo, Internacional...
O aparente desleixo com o Brasileirão da semana passada é rechaçado no discurso oficial.
Também foi dispersado na prática pela atuação e pela vitória de ontem, em Criciúma.
Mas é agora ou nunca.
QUE TOMBO


O Santos não levava 8 a 0 havia 58 anos. Em 13 de novembro de 1955, caiu exatamente por esse placar numa partida do Paulista contra a Portuguesa. Menos de dois meses mais tarde, ganhou seu primeiro título estadual em 20 anos. De tudo o que se apreende do fiasco santista, a primeira lição é que não se deve jogar contra o Barcelona sem estar pronto para isso, a não ser em jogos oficiais. Daí a pedir a renúncia de todos vai uma distância. O Santos vive crise política. Não se negue, no entanto, que neste mandato o Santos voltou a ser campeão da Libertadores.