Uma Copa do Mundo não se faz apenas com as seleções favoritas. O apelo da competição também passa pelas novidades, as seleções que pela primeira vez experimentam o maior palco do futebol. Faltando um ano para o jogo de abertura do Mundial do Brasil, há países que alimentam o sonho de alcançar a classificação pela primeira vez.
O blog apresenta dez delas e avalia as chances de cada uma.
Venezuela
Os dias de saco de pancadas da Conmebol ficaram para trás. Nas eliminatórias sul-americanas, a Vinotinto tem mostrado que a campanha na última Copa América, quando chegou às semifinais, não foi obra do acaso. Os últimos resultados (empate fora com a Bolívia e derrota em casa para o Uruguai) distanciaram a equipe de César Farías da zona de classificação direta, mas ainda há uma boa briga com Uruguai e Peru pela quinta posição - e vaga na repescagem contra o representante asiático.
Situação: Sexta colocada na zona sul-americana (16 pontos em 13 jogos). Os quatro primeiros se classificam diretamente e o quinto disputa a repescagem com a Ásia.
Jogos que restam: Chile (f), Peru (c) e Paraguai (c)
Fique de olho: Juan Arango (meia, Borussia Mönchengladbach)
Chances de classificação: razoáveis
Bósnia
A ida da Bósnia a uma grande competição tem batido na trave. Na disputa por vaga na Copa do Mundo de 2010 e na Euro 2012, o desfecho foi o mesmo: derrota para Portugal na repescagem. Desta vez, a agonia não deve se repetir. Graças a um ataque arrasador, com 23 gols em seis jogos, a ex-república iugoslava lidera sua chave com três pontos de vantagem sobre a Grécia e tem margem de erro até para tropeçar uma vez nos quatro jogos que restam. Dzeko, Ibisevic, Pjanic, Lulic e seus companheiros devem estar no Brasil.
Situação: Líder do grupo G da zona europeia (16 pontos em seis jogos). O primeiro colocado se classifica diretamente. Os oito melhores segundos colocados dos nove grupos disputam a repescagem.
Jogos que restam: Eslováquia (c), Eslováquia (f), Liechtenstein (c) e Lituânia (f)
Fique de olho: Edin Dzeko (atacante, Manchester City)
Chances de classificação: ótimas
Uzbequistão
Muito dinheiro foi colocado no futebol uzbeque nos últimos anos, com investimentos em estrutura e na importação de profissionais. Zico, Felipão e Rivaldo foram alguns dos nomes que passaram pelo Bunyodkor, principal clube do país. A seleção é dirigida por Mirjalol Kasimov, que trabalhou com os técnicos brasileiros. Semifinalista da Copa da Ásia em 2011, o Uzbequistão já garantiu no mínimo uma chance na repescagem, mas pode se classificar diretamente com uma vitória simples sobre o Catar, combinada a uma derrota do Irã para a Coreia do Sul. Resultado diferente no outro confronto obrigaria os uzbeques a vencer por uma grande diferença de gols.
Situação: Terceiro colocado no grupo A da zona asiática (11 pontos em sete jogos). Os dois primeiros de cada grupo se classificam diretamente. Os terceiros se enfrentam por um lugar na repescagem contra o quinto sul-americano.
Jogos que restam: Catar (c)
Fique de olho: Odil Ahmedov (volante, Anzhi Makhachkala)
Chances de classificação: boas
Montenegro
A goleada sofrida em casa para a Ucrânia impediu Montenegro de alcançar uma situação mais confortável, mas a equipe ainda lidera o grupo à frente de ingleses, ucranianos e poloneses, embora com uma partida a mais. Alguns dos principais jogadores da seleção atuam no futebol italiano, como Vucinic (Juventus), Jovetic e Savic (Fiorentina). Vucinic, aliás, chegou a ser convocado para a última Copa de Sérvia e Montenegro como país unificado, em 2006, mas acabou fora por lesão. Hoje é o capitão da equipe dirigida por Branko Brnovic, jogador da seleção iugoslava na Copa do Mundo de 1998.
Situação: Líder do grupo H da zona europeia (14 pontos em sete jogos).
Jogos que restam: Polônia (f), Inglaterra (f) e Moldávia (c)
Fique de olho: Stevan Jovetic (atacante, Fiorentina)
Chances de classificação: razoáveis
Albânia
Graças a resultados surpreendentes, como a vitória fora de casa sobre a Noruega, a Albânia se coloca na zona de repescagem a quatro rodadas do fim do grupo E. Vale lembrar que a seleção albanesa poderia contar com jogadores de origem kosovar que optaram por outras seleções, em especial a Suíça, destino de grande parte do fluxo migratório no fim do século passado. Behrami e, mais recentemente, Shaqiri e Xhaka são alguns exemplos. Outros, como o capitão Lorik Cana, escolheram a Albânia e agora sonham com uma história classificação. A tabela, com três dos quatro jogos restantes fora de casa, não ajuda muito, mas o time comandado pelo italiano Gianni de Biasi promete luta até o fim.
Situação: Segunda colocada no grupo E da zona europeia (10 pontos em seis jogos).
Jogos que restam: Eslovênia (f), Islândia (f), Suíça (c) e Chipre (f)
Fique de olho: Lorik Cana (zagueiro, Lazio)
Chances de classificação: pequenas
Islândia
Depois de Eidur Gudjohnsen vestir a camisa de Chelsea e Barcelona na década passada, outros jogadores islandeses ganharam espaço no cenário internacional. Sigthorsson (Ajax), Finnbogason (Heerenveen) e Sigurdsson (Tottenham) são alguns dos companheiros de Gudjohnsen na equipe dirigida por Lars Lagerback, técnico da Suécia em duas Copas do Mundo e três Eurocopas. Apenas um ponto atrás da vice-líder Albânia, a distante ilha quer fazer história e chegar com chances ao jogo final contra a Noruega, em Oslo.
Situaçâo: Terceira colocada no grupo E da zona europeia (9 pontos em seis jogos).
Jogos que restam: Suíça (f), Albânia (c), Chipre (c) e Noruega (f)
Fique de olho: Kolbeinn Sigthorsson (atacante, Ajax)
Chances de classificação: pequenas
Panamá
Com o capitão Felipe Baloy, ex-Grêmio, na zaga, e os experientes Blas Pérez e Luis Tejada dividindo a responsabilidade no ataque, o Panamá está na briga por uma das vagas da Concacaf no Mundial. A equipe ocupa a quinta colocação no hexagonal decisivo, mas está apenas dois pontos atrás da vice-líder Costa Rica. Ou seja, tudo ainda aberto. Provavelmente será necessário buscar pontos fora de casa, já que três das cinco partidas que restam serão como visitante.
Situação: Quinto colocado no hexagonal final da Concacaf (6 pontos em cinco jogos).
Jogos que restam: Costa Rica (f), Jamaica (c), Honduras (f), México (f) e Estados Unidos (c)
Fique de olho: Blas Pérez (a, FC Dallas)
Chances de classificação: pequenas
Zâmbia
Campeã africana de 2012, Zâmbia contou com uma dose de sorte para liderar seu grupo nas eliminatórias do Mundial. A derrota por 2 a 0 para o Sudão, na primeira rodada, se transformou em vitória por causa da escalação de um jogador irregular no adversário. Restando duas rodadas, os Chipolopolo (balas de cobre) têm dois pontos de vantagem sobre Gana, melhor seleção africana da Copa de 2010. Se nenhuma das duas tropeçar no próximo compromisso, o time do técnico Hervé Renard visitará os ganeses na última rodada com a vantagem do empate para avançar à fase final.
Situação: Líder do grupo D da zona africana (10 pontos em quatro jogos). Os vencedores dos dez grupos avançam à fase final, quando cinco confrontos definem os classificados.
Jogos que restam: Sudão (c) e Gana (f)
Fique de olho: Kennedy Mweene (goleiro, Free State Stars)
Chances de classificação: razoáveis
Congo
Única seleção da África a não sofrer gol em seu grupo, o Congo está muito próximo de garantir sua vaga na fase final. Um empate em casa com Burkina Faso no próximo dia 15 será suficiente para afirmar os Diabos Vermelhos na primeira colocação do grupo. O veterano Ewolo, capitão com vasta experiência no futebol francês, e Chris Samba, zagueiro do Queens Park Rangers, são alguns dos responsáveis pela segurança do sistema defensivo. Nas eliminatórias da Copa do Mundo de 1998, o país esteve a uma vitória da classificação, mas perdeu para a África do Sul e acabou sem a vaga. Desta vez, precisa contar com um bom sorteio para melhorar suas possibilidades
Situação: Líder do grupo E da zona africana (10 pontos em quatro jogos).
Jogos que restam: Burkina Faso (c) e Níger (f)
Fique de olho: Christopher Samba (zagueiro, QPR)
Chances de classificação: razoáveis
Etiópia
Com um time formado quase inteiramente por jogadores domésticos, a Etiópia surpreendeu ao se classificar para a última Copa Africana de Nações e está disposta a dar um passo a mais. No próximo dia 16 recebe a África do Sul e, caso vença, estará na fase decisiva das eliminatórias. O atacante Saladin Said é um dos poucos etíopes com experiência internacional - atua no Lierse, da Bélgica - e tem sido decisivo para os Antílopes de Walia, marcando em três dos quatro jogos do grupo até aqui.
Situação: Líder do grupo A da zona africana (10 pontos em quatro jogos).
Jogos que restam: África do Sul (c) e República Centro-Africana (f)
Fique de olho: Saladin Said (atacante, Lierse)
Chances de classificação: razoáveis