segunda-feira, 22 de abril de 2013

No Bayern, jogadores evitam falar em Guardiola. Troca de técnico com jeito de "saia-justa"

No dia 16 de janeiro o Bayern Munique surpreendeu o universo do futebol ao anunciar que a partir da temporada 2013/2014 Pep Guardiola irá dirigir a equipe bávara. Enquanto muitos apostavam que o ex-comandante do Barcelona iria para o Chelsea, Manchester City, "Mundo Árabe" ou algum outro ponto do planeta, o badalado catalão aceitou a inesperada proposta alemã.

Equipe forte que poderá ser finalista da Liga dos Campeões pela terceira vez em quatro anos, o Bayern não costumava aparecer entra os responsáveis pelas mais vorazes contratações do mercado. Reflexo da política sem devaneios que impera no futebol germânico, inclusive no mais rico de seus times. "Gastamos o que temos", costuma dizer o presidente do clube de Munique, Uli Hoeness.

Mas é impossível esconder: o anúncio de que Guardiola vem aí causou um certo mal estar. Jupp Heynckes, informou o clube inicialmente, se aposenta ao final da temporada. Mas aos 67 anos, o experiente treinador ainda desperta interesse de outros clubes. Seu futuro próximo pode estar longe do pijama e das pantufas e ainda próximo das chuteiras e dos gramados de futebol.

Dois dias antes do primeiro duelo entre o ex e o futuro time de Pep Guardiola, nossa equipe que veio à Europa para a cobertura dos jogos semifinais esteve na casa de Luís Gustavo entrevistando-o. Cuidadoso, o volante escolheu bem as palavras e não admitiu que há um mal estar quando a troca de comando técnico é lembrada. Contudo, revelou que internamente os atletas evitam o tema.

A situação não é tão simples e parece ter um quê de constrangimento. Heynckes deixará o Bayern campeão alemão numa temporada praticamente perfeita e repleta de recordes da Bundesliga. Poderá ganhar, ainda, a inédita tríplice coroa, pois além de lutar pelo título europeu, seu time estará na final da Copa da Alemanha, no primeiro dia de junho, diante do Sttutgart.

Luís Gustavo acredita que aprenderá muito sob o comando de Guardiola e reconhece que seu futuro treinador poderá ter papel importante na evolução do forte time bávaro para que fique ainda mais poderoso. "Mas existem diferenças, trocamos muitos passes, mas aqui o jogo é mais rápido. Lá na Espanha eles (o Barcelona) ficam tocando a bola com paciência, por longo tempo", compara.

O brasileiro do Bayern Munique acredita que o catalão levará novas idéias e conceitos ao elenco alemão, mas acha fundamental que os dois lados cedam para que tudo dê certo. Ele acredita que o próprio Guardiola precisará entender as características do futebol jogado na Alemanha, mais intenso, disputado e objetivo, para então colocar seus planos em prática.

Mas estranho mesmo será acompanhar a troca de comando técnico no começo da temporada que vem aí. O mais badalado treinador do futebol mundial substituirá um veterano que (aposentado, ou não), pode deixar o cargo com três taças debaixo do braço. Um grande desafio para todos os envolvidos. Enquanto isso, um clima estranho de "saia-justa" no ar.
Reprodução - Barça TV
Guardiola se encontrou com Heynckes em 2011, quando se preparavam para a Audi Cup
Guardiola se encontrou com Heynckes em 2011, quando se preparavam para a Audi Cup
Em entrevista exclusiva, Luiz Gustavo revela que elenco evita falar da troca de Heynckes por Guardiola
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