quarta-feira, 3 de abril de 2013

Jornal: 'Mal entendido' fez pai de Kevin recusar R$ 400 mil do Corinthians

Limbert Beltrán Espada e Carola Beltrán Espada visitam todos os dias o cemitério em Cochabamba, na Bolívia, no qual o filho Kevin foi enterrado após morrer acertado por um sinalizador em um jogo do Corinthians pela Libertadores da América, no dia 20 de fevereiro. Destruídos, eles buscam alguma forma de conforto para aliviar a perda e revelaram ter recusado R$ 400 mil oferecidos pelo clube brasileiro como reparação pela tragédia.

É o que informa o "Lance!" em sua edição desta quarta-feira. O diário esportivo enviou um repórter ao país vizinho que conversou com os pais do garoto que tinha apenas 14 anos. Limbert contou que um equívoco do tradutor boliviano na condução dos primeiros diálogos impediu um acordo com o time alvinegro, mas se mostrou aberto a retomar as conversas.  

"Houve um mal entendido, falaram de um montante que eu rechacei porque não achava pertinente. Não quero ser ambicioso, mas disse ao Vice-Cônsul que isso não era certo porque a vida do meu filho é irreparável, porque foi um jogo pela Copa Libertadores e porque se trata de um dos clubes mais ricos do mundo, do último campeão mundial", disse o chefe da família Beltrán Espada.

"Eu não rechacei a ajuda, mas o montante. Se essa for a oferta final, acho que necessitarei aceitar. Mas preciso falar isso a eles", acrescentou Limbert. Ele também disse que, até o momento, nenhum convite foi feito a ele ou à esposa para que compareçam ao amistoso entre as seleções brasileira e boliviana, no próximo sábado, que será realizado justamente para levantar fundos para a família.

Pai de Kevin crê em montagem e cobra que autor do crime se entregue na Bolívia

O menor H. A. M, de 17 anos, confessou à "TV Globo" dias depois da tragédia ter sido a pessoa que soltou o sinalizador que matou Kevin, e peritos criminais consultados pela emissora atestaram por meio de fotos e vídeos que pode-se garantir que foi mesmo o menor o responsável por soltar o objeto fatal. Ainda assim, Limbert Beltrán Espada tem dúvidas.

"Só vou ter certeza de que isso não foi uma montagem para liberar os 12 [corintianos que estão presos em Oruro desde o dia do jogo] se essa pessoa que assumiu vir à Bolívia. Se for menor, que venha com o advogado e com os pais, venha e assuma o que fez. Isso faria com que eu mudasse a opinião", afirmou.

A punição ao culpado é o que pode aliviar a dor da família, que ainda conta com três crianças: Jhojan Cristhian, 9 anos, Alexandra, 8, e Matías, 2. "Nada vai reparar a perda do meu filho, é um dano tremendo, impossível de ser curado. Mas, de alguma forma, dará alguma tranquilidade saber que o culpado está pagando. É o que buscamos", garantiu Limbert.