quinta-feira, 25 de abril de 2013

Após o desastre, Barcelona 'chama' Neymar, mas não o vê como salvador da pátria. Santista já teria até seguro

Os jornais catalães mergulharam na sessão terapia. Discutem o futuro do Barcelona, alertam, preocupados, para que não se repitam erros pós-4 a 0 aplicados pelo Milan há 19 anos e, claro, falam em Neymar.
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Imprensa catalã quer Neymar, mas não como 'salvador'
Imprensa catalã quer Neymar, mas não como 'salvador'

Uma enquete no "Sport" mostra que para 76% dos torcedores que se manifestaram, o santista não bastaria. Querem ele, mas pedem mais. Os jornalistas temem que o brasileiro desembarque por aqui como salvador da pátria. Algo como um remédio midiático para curar as feridas causadas pela chinelada alemã em Munique.

"Neymar deve fazer parte de plano esportivo, não ser um instrumento para iludir a torcida depois dos 4 a 0 para o Bayern", registrou, por exemplo, Didac Peyret, no diário catalão. Também no "Sport", Toni Frieros cita Neymar como uma contratação necessária, mas não a única a ser feita.

O jornal "Mundo Deportivo" ressalta a necessidade de o Barça contratar um goleador capaz de dividir com Messi a tarefa de colocar a bola nas redes adversárias. E esse cara estaria em Santos, naturalmente. Segundo o jornal, o Barcelona já teria feito até um seguro para Neymar. A duvida é se ele vai chegar agora, em meados de 2013, no verão europeu, ou se demorará mais um pouco.

Eles são unânimes na defesa da tese do "aprendizado" que o brasileiro teria ao desembarcar no Camp Nou. Não o veem como um jogador absolutamente pronto para o Barça. Mas querem Neymar por aqui logo, entendem que não basta ao clube extrair jovens de suas divisões de base. Investir é preciso, clama a imprensa catalã.

De Madri, o diário Marca também analisa o cenário barcelonista, vê a necessidade de contratações acertadas. O jornal lembra algumas que fracassaram, casos de Ibrahimovic, Hleb e Song. E chama de "operações ridículas" os investimentos feitos em Keirrison e Henrique, zagueiro do Palmeiras convocado por Luiz Felipe Scolari para a seleção brasileira.

O medo - a palavra é essa mesmo, medo - da imprensa de Barcelona passa por possíveis medidas de viés demagógico que o presidente Sandro Rosell possa tomar, desmanchando por completo um time vencedor. Como em 1994, quando o Barcelona viu o inicio de um duro período de hegemonia do Real Madrid. Se vir para a Espanha, é bom alguém explicar tudo isso a Neymar. Aqui ele não será paparicado como no Brasil, a cobrança vai ser maior. E, claro, o desafio também. E craques devem enfrentar desafios.