segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Bomba-relógio verde


O tic-tac assustador já se ouve. A temporada mal começou e os jogos iniciais nos Estaduais não deveriam passar de ensaios e de ajustes. Mas o Palmeiras convive, muito precocemente, com tensão, cobranças, desconfiança e insatisfação. A torcida não tem mais paciência para aguentar indícios de incompetência e a nova diretoria terá trabalho.
A prova de que os palestrinos estão com a pulga atrás da orelha veio na tarde deste domingo ainda no primeiro tempo do jogo em que a equipe foi derrotada pelo Penapolense por 3 a 2. Os jogadores iam para o vestiário a ouvir vaias de boa parte dos quase 8 mil pagantes que estiveram no Pacaembu. Era a resposta para o placar adverso: 2 a 1, de virada.
A manifestação de descontentamento aumentou na etapa final e teve como alvos sobretudo Luan e Valdivia. Sobrou até para o técnico Gilson Kleina, para os dirigentes que saíram. Para todo mundo, enfim. A própria comunidade verde está dividida, como se viu na postura em relação a Valdivia: enquanto uma facção xingava, outra defendia o chileno. Assim vai mal…
Decepcionante, também, o desempenho do time. O gol de Ayrton (belo gol de falta, por sinal) aos 7 minutos passou a sensação de que a tarefa não seria nada complicada. Engano. O Penapolense empatou com Guaru aos 9 (também em linda cobrança de falta) e virou com Magrão aos 14. Sem contar que teve chances de aumentar a diferença. Jogava tão solto que parecia o mandante e não um estreante fora de casa.
Kleina mudou a equipe, no intervalo, colocou Valdivia no lugar de Denoni e pôs Vinicius na vaga de Patrick Vieira. Não adiantou muito. Como não ajudou a expulsão de Jailton, por acúmulo de amarelos. Quando o Palmeiras pressionou, o goleiro Marcelo deu conta do recado. E o Penapolense ainda fez o terceiro, com Perez, em cobrança de escanteio. O gol de Luan (substituiu Maikon Leite) não diminiu a ira da torcida.
O Palmeiras novamente foi inseguro, inconstante, mostrou falhas em todos os setores. Jogadores não se acertam, o treinador sente o ambiente carregado. O discurso de Paulo Nobre e de Brunoro é muito bom. Mas a situação é de emergência; eles precisam agir logo.