Não deve ter sido casualidade. Tampouco apenas incompetência dos argentinos, cujo futebol foi estatizado pelo governo Cristina Kirchner. O uso escancarado do esporte pelos políticos é antigo, mas veio um castigo desta vez.
A peleja foi marcada para a cidade de Resistencia, capital da província do Chaco. Lá quem governa é Jorge Capitanich, aliado político da presidenta Kirchner. Seu primeiro mandato começou em 2007 e o atual vai até 2015.
Desde 2007 presidindo o Club Atlético Sarmiento, do Torneo Argentino B (4ª divisão), Capitanich é do Partido Justicialista, de viés peronista — foi fundado pelo general Juan Domingo Perón, único três vezes eleito presidente da Argentina.
Em 2003 o PJ elegeu para a presidência Néstor Kirchner (morto em 2010) e em 2007 sua mulher, Cristina. Não é preciso ser muito atento para perceber a evidente conexão existente entre politicagem e o jogo cancelado. Tudo muito óbvio.
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Resistencia fica a 940 quilômetros de Buenos Aires. Região sem estrutura hoteleira e pobre. Não chega a ser surpreendente que tenha faltado eletricidade no estádio, a ponto de o cotejo entre brasileiros e argentino não acontecer.
Dois gols, 32 finalizações, sendo 22 no alvo, 14 defesas dos goleiros, pelo menos 10 sensacionais, e apenas 24 faltas. Foi espetacular Manchester City 1 x 1 Borussia Dortmund, um tremendo jogaço — leia mais no blog Olho Tático clicando aqui.
Horas depois, os "Deuses" do futebol devem ter dito: "Basta!". E o "Superclássico das Américas" virou um Supermico Mundial. Melhor assim. Eles merecem. Parabéns a todos os envolvidos!
Reuters