sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Fantasma de Felipão entra em cena e já atazana Mano dos manos

Antes das tradicionais chorumelas da Pachecada, é bom que se diga: o ‘Superclássico das Américas’ é um caça-níquel disputado por um grupo de brasileiros e uma turma de hermanos, com um pouco de rivalidade, e olhe lá! Genéricos com camisas tradicionais.

Isto posto, segue o baile. A vitória dos tupiniquins no Serra Dourada, conquistada na bacia das almas, serviu apenas para aliviar a barra do Mano dos manos.

A torcida já enchia o peito para homenageá-lo com uma estrepitosa vaia por causa da burocrática bolinha do time, quando o juiz marcou um pênalti em Damião – dificilmente seria assinalado se fosse na casa do tango, ainda mais aos 48min do segundo tempo. 

Em noite de chuteiras normais, Neymar cobrou e garantiu a virada por 2 a 1. Que começou com o apito amigo do trio paraguaio comandado por Carlos Amarilla: Paulinho, impedido, empatou. 

Mas Mano já sentiu na pele que não será nada fácil conviver com o fantasma de Felipão. Ao trocar Lucas ‘Marcelinho’ por Wellington Nem, mesmo num amistoso chinfrim, o ‘professor’ foi saudado aos gritos de ‘burro’, ‘adeus, Mano’ e ‘volta Felipão’ pela maioria dos torcedores (37.871). 

De nada adiantou a campanha do governo de Goiás para incentivar a equipe, ‘aconteça o que acontecer’, subsidiando mais da metade dos ingressos – gastou R$ 2 milhões. O fantasma de Felipão está mais vivo do que nunca. 
                                                       ########
Fumaça verde 1. Depois de uma chuva de raios, finalmente a chaminé do ninho dos periquitos em revista soltou a fumacinha verde: habemus ‘professor’. O cardeal Arnaldo Tirone, o popular Pituca, anunciou Gilson Kleina até dezembro de 2013. Ao lado de San Gennaro, o ex-treinador da Macaca terá a missão de salvar o clube da segunda degola em 10 anos. Se conseguir, ganhará até um busto no Palestra; se afundar com o time, dificilmente permanecerá, mesmo conhecendo o borbulhar do caldeirão do diabo (subiu com a Ponte em 2011), já que o clube elegerá novo presidente em janeiro. Kleina receberá R$ 300 mil por mês, R$ 200 mil a menos do que Falcão exigiu. Ele pintou como quarta opção, depois de Jorginho, Carpegiani e Falcão. Se não tem tu, vai tu mesmo. 

Fumaça verde 2. Aos 44 anos, Kleina, campeão alagoano pelo Coruripe (único título da carreira), será o 13 ‘professor’ dos periquitos em revista desde 2003, quando começou a era dos pontos corridos no Brasileirão. O troca-troca:

2003: Jair Picerni 
2004: Jair Picerni e Estevam Soares 
2005: Estevam Soares, Candinho, Bonamigo e Emerson Leão 
2006: Emerson Leão, Tite e Jair Picerni 
2007: Caio Júnior 
2008: Vanderlei Luxemburgo
2009: Vanderlei Luxemburgo e ‘Muriçoca’ Ramalho 
2010: ‘Muriçoca’ Ramalho, Antonio Carlos Zago e Felipão
2011: Felipão
2012: Felipão e Gilson Kleina

Fumaça verde 3. Nada contra, ao contrário. Mas não deixa de ser quiçá interessante e, por que não dizer, um tiro no escuro a contratação de Gilson Kleina num momento de tamanha turbulência. O Palmeiras deveria ao menos ter tentado convencer a dupla Marcos/Evair a comandar o time nos 13 jogos que faltam no Brasileirão. ‘São Marcos’ ficaria encarregado das palestras motivacionais, enquanto Evair sentaria no banco para comandar o time, já que chegou a dirigir algumas equipes. A escalação ficaria sob o crivo dos dois. Dois palmeirenses que certamente nenhum palmeirense (de verdade) contestaria num momento tão delicado.

Sugismundo Freud. Só os traidores não falam cara a cara.

Pif-Paf. Vice-presidente corintiano, Luiz Paulo Rosenberg confessou estar na torcida por uma grande virada palmeirense na reta final do Brasileirão. Entre tapas e beijos: ‘A maior sacanagem que o Palmeiras pode fazer com o Corinthians é voltar para a Série B. Jogar contra eles é certeza de seis pontos garantidos’. Caravaggio!

Dona Fifi. Novo hit domina os funcionários do Vasco: ‘Lata d'água na cabeça, lá vai Dinamite, lá vai Dinamite. Paga a conta e não reclama. Pela mão leva a grana, lá vai Dinamite...’ Clube espera normalizar a situação nesta quinta, após uma semana de seca.

Jambalaia. O rei Leão vai matar a saudade dos engomadinhos do Morumbi em 15 de outubro. O tenro encontro será na Justiça. Leão cobra uma grana do Tricolor, algo em torno de R$ 800 mil. O clube garante que não deve nada. Pagou o aviso prévio e a multa do FGTS. 

Tiro curto. Batismo do tatu-bola: Zé da Medalha.

Gilete press. “Santista fanático, daqueles que dedica uma parede em sua casa para fotos, camisas e objetos do time autografados por Pelé, Gilmar Mendes [ministro do STF] tem se queixado a colegas sobre a novela que se transformou a saída de Ganso do clube. Apesar de elogiar bastante o que Ganso fez pelo Santos, quer ele fora do time o mais rápido possível.” Faz sentido.

Twitface. Urubu confirma zagueiro Renato Santos e meia Cléber Santana na luta contra degola. Eles estavam no Avaí, disputando a série B. Tudo a ver.

Tititi d’Aline. Quem pode, pode, quem não pode se sacode. Quando tem vontade de saborear uma boa pizza, Ronaldinho aluga um jatinho, aterrissa no Rio, fecha um restaurante na Barra, devora alguns pedaços e volta para BH. 

Você sabia que... o goleiro Júlio César recusou proposta do Palmeiras antes de trocar a Inter de Milão pelo Queens Park Rangers?

Bola de ouro. Dilma Rousseff. A presidenta torpedeou a ideia de o governo perdoar a monstruosa dívida de R$ 5 bilhões dos clubes.

Bola de latão. Fluminense. Em apenas seis meses, a dívida do clube das Laranjeiras pulou de R$ 361 milhões para R$ 389 milhões.

Bola de lixo. Vasco. Mais um dia sem água e com humilhações nas redes sociais: ‘Torcedor que levar uma garrafa de água contra a Ponte entra de graça’.

Bola sete. “Não vou acompanhar o jogo porque irei ao cinema com uma amiga. Vou assistir ‘Intocáveis’. Mas vou torcer, pois tenho muitos amigos lá” (de Fred ‘Slater’, preocupadíssimo com o Superclássico das Américas). 

Dúvida pertinente. Palmeirense: dá para apostar em Gilson Kleina?