domingo, 10 de junho de 2012

A vitória argentina, o show de Messi e a maturidade dos olímpicos do Brasil

Messi é um monstro!
É quase uma redundância, mas inevitável dizer isso depois de assistir a Brasil x Argentina. Porque qualquer análise sobre o jogo precisa incluir a atuação impecável do melhor jogador do mundo, fator de desequilíbrio, razão maior da vitória argentina sobre o Brasil.

A partir disso, e da constatação de que os argentinos têm o melhor jogador do planeta, pode-se fazer uma análise mais fria do bom futebol apresentado pelo Brasil.
Começou com mudança tática promovida por Mano Menezes, montando sua seleção com duas linhas de quatro homens, Oscar pela direita, Hulk à esquerda, Romulo e Sandro por dentro, Neymar pelo meio mais perto de Leandro Damião.

Deu certo. O Brasil marcou pressão, criou chances de gol, fez 1 x 0 com Rômulo e faria o segundo se Neymar finalizasse em vez de esperar a falta dentro da área, um minuto antes de Messi fazer diferente. Criou, invadiu, chutou e fez o gol de empate argentino.

A partir daí, Neymar diminuiu seu ritmo, embora tenha dado o passe para o terceiro gol do Brasil, marcado por Hulk.

Sem inspiração de Neymar, mas com time sólido, o segundo tempo trouxe uma lembrança.
O Brasil não precisa procurar pelo meihor do mundo em seu time. Ele está do outro lado. Mas sem ter o melhor do mundo, é possível ter um bom time, a melhor equipe do planeta até.

Lembre-se da história da Seleção em Copas do Mundo. Pelé não era o melhor do mundo em 1958, tanto que Didi saiu aclamado da Suécia como o melhor jogador da Copa.
O Brasil de 1962 venceu o Mundial quando perdeu o melhor do mundo, machucado.
E Romário não chegou à Copa de 1994 aclamado como o maior craque do planeta. Só virou depois de ganhar o Mundial.

Mais importante para ganhar uma Copa, ou a Olimpíada, é ter um time. E esse se esboça cada dia mais.
Um time que peca com Sandro, vacilão do primeiro gol de Messi, mas mostrou segurança com Uvini e Juan, dois zagueiros imaturos, mas de boa condição -- campeões mundiais sub-20 ano passado, foram bem na excursão, exceto Juan no pênalti cometido contra o México.

Um time que se organiza com Oscar, dribla com Neymar, faz pivô com Leandro Damião -- sua melhor jogada desde que viajou com a seleção foi o passe para Oscar marcar o segundo do Brasil.

Enfim, um time que dá sinais de que está se fortalecendo. Dá sinais de que é preciso ter paciência para ver meninos virando homens.
Enquanto isso, vejamos a criação da equipe, esqueçamos se Neymar será um dia o melhor do mundo.
Talvez seja, mas sua chance aumenta se jogar em 2014 num time capaz de vencer o Mundial.