terça-feira, 5 de junho de 2012

A coluna desta segunda-feira em O Estado de S. Paulo

O grande acerto da seleção nos amistosos contra Dinamarca e Estados Unidos foi a marcação por pressão. Tentar fazer o mesmo contra o México custou a quarta derrota da era Mano Menezes. A cada vez que a seleção se posicionava para retomar a bola no ataque, o México alongava o passe e colocava seus atacantes no mano a mano com a zaga brasileira.


O primeiro gol do México, marcado por Giovanni dos Santos, foi exatamente assim. Lançamento longo, Giovanni ficou só contra Danilo, ponto mais vulnerável da defesa. Danilo não conseguiu tomar a bola e a tentativa de cruzamento enganou o goleiro Rafael.

É correto avançar a marcação, mas é preciso medir os jogos em que a estratégia funciona. O Brasil seguiu usando a mesma tática, mas levou o segundo gol de maneira diferente. Foi o México quem marcou por pressão, o passe de Sandro veio na fogueira para Juan e o zagueiro campeão mundial sub-20 atrapalhou-se diante de Giovanni. Fez pênalti.

A derrota não apaga o que se fez de bom nos dois amistosos recentes, que mostraram que a crise do futebol brasileiro não é de talento, mas de maturidade. Defeito óbvio para uma seleção com referências como Oscar e Neymar, de 20 anos, Leandro Damião, de 23. Oscar não conseguiu sair de marcação mexicana. Neymar e Damião têm dificuldade contra marcadores mais rodados.

Ontem, por exemplo, os dribles de Neymar não colaram. Damião se enfiava entre os beques e sofria. Francisco Rodriguez e Moreno jogaram 26 e 35 partidas da temporada europeia, o primeiro pelo Stuttgart, o segundo pelo Espanyol. Desse ponto de vista, o melhor remédio é seguir o que costumava falar Nelson Rodrigues aos jovens: envelheçam!