Contar com um dos atacantes mais temidos da Europa é necessariamente uma solução ou pode ser um problema? No jogo em que garantiu sua classificação, vencendo a Holanda por 3 a 2, a Suécia teve uma de suas melhores atuações com o técnico Erik Hamren - mesmo sem contar com Zlatan Ibrahimovic.
Naquela partida, em que os holandeses perderam pela primeira vez desde a final da Copa do Mundo, ficou claro que a ausência do milanista faz com que a Suécia apresente um jogo mais coletivo. Com "Ibra" em campo, há uma tendência a jogar em função dele, seja atuando como centroavante, seja como ponta-de-lança em suporte a um homem de área, como Elmander, no esquema 4-2-3-1.
De qualquer forma, dificilmente Hamren (ou qualquer outro técnico em seu lugar) pensaria em abrir mão de um jogador deste calibre em sua formação inicial. E muito além da influência de Ibrahimovic, que tem 29 gols em 75 jogos pela seleção, o treinador pode contar com nomes bem experientes neste nível de exigência.
O xerife da zaga Olof Mellberg vai para sua quarta Eurocopa. Além de Ibra, outros quatro participarão pela terceira vez: Svensson, Källström, Isaksson e Wilhelmsson. A rodagem é característica de um elenco sem jogadores de 23 anos ou menos. John Guidetti, 20, destaque do Feyenoord na liga holandesa, foi preterido.
A dupla de volantes formada por Källström e Svensson é um dos pontos fortes da equipe, não apenas por garantir proteção à defesa, mas também pela participação no jogo ofensivo. Os dois são bons passadores e têm bom retrospecto de gols pela seleção: 34, somados. Bom cobrador de faltas, Svensson fez o gol que eliminou a Argentina na fase de grupos da Copa do Mundo de 2002.
Desde a Euro 2000, a Suécia só deixou de se classificar para um grande torneio na Copa do Mundo de 2010. Após o hiato, a expectativa é de brigar por uma vaga nas quartas-de-final.
Para isso, é fundamental começar com um bom resultado diante da anfitriã Ucrânia antes de encarar Inglaterra e França. O retrospecto contra os ingleses é até animador. A derrota no amistoso do ano passado foi a primeira no confronto em 43 anos.
Fique de olho - A característica de Zlatan Ibrahimovic é mais de solista do que de componente de orquestra, como disse certa vez Arrigo Sacchi. É difícil ficar indiferente ao atacante de origem eslava, que tem muito pouco de sueco em sua personalidade.
Polêmico e falastrão, Ibra impressionou com as camisas de Malmö e Ajax antes de se tornar um nome histórico no futebol italiano, conquistando títulos em suas passagens por Juventus, Internazionale e Milan. Até no Barcelona, onde seu estilo excessivamente individualista fez com que a experiência durasse apenas uma temporada, o atacante foi campeão.
É difícil achar um ponto fraco no jogo de Ibrahimovic, que tem vasto repertório de gols. Conhece bem a grande área, também arrisca de fora com os dois pés, e tem um forte cabeceio. Sabe encontrar a melhor solução - como no histórico gol de calcanhar contra a Itália na Euro 2004.
O desafio, agora, é ser capaz de liderar a Suécia a pelo menos repetir sua melhor campanha em uma Eurocopa, em 1992, quando foi semifinalista.
O comandante - Erik Hamren não teve uma carreira brilhante como jogador - curta e abreviada por lesão. Como técnico, construiu um nome importante na Escandinávia, remando por equipes menores na Suécia até chegar ao AIK, que guiou a dois títulos de copa, em 1996 e 1997. Somou mais uma copa ao currículo pelo Örgryte, mas seu grande trabalho foi na Dinamarca, pelo Aalborg.
Hamren ficou cinco anos no Aalborg, culminando com o título nacional em 2008. De lá, foi para o Rosenborg, na Noruega, onde venceu mais um campeonato. Foi convidado para assumir a Suécia após o fracasso nas eliminatórias do Mundial de 2010 e a saída de Lars Lagerback.
Em relação ao antecessor, Hamren é mais aberto no trato com a imprensa e privilegia um estilo de jogo mais ofensivo. É menos "general" com o elenco e mais propenso ao diálogo, admitindo que jogadores diferentes (Ibra) exigem abordagens distintas.
Os convocados:
Goleiros: Andreas Isaksson (PSV/HOL), Johan Wiland (Copenhague/DIN), Pär Hansson (Helsingborg);
Defensores: Mikael Antonsson (Bologna/ITA), Andreas Granqvist (Genoa/ITA), Olof Mellberg (Olympiacos/GRE), Jonas Olsson (West Bromwich/ING), Martin Olsson (Blackburn/ING), Behrang Safari (Anderlecht/BEL), Mikael Lustig (Celtic/ESC);
Meio-campistas: Emir Bajrami (Twente/HOL), Rasmus Elm (AZ/HOL), Samuel Holmén (Istanbul BB/TUR), Kim Källström (Lyon/FRA), Sebastian Larsson (Sunderland/ING), Anders Svensson (Elfsborg), Pontus Wernbloom (CSKA Moscou/RUS), Christian Wilhelmsson (Al-Hilal/ARS);
Atacantes: Johan Elmander (Galatasaray/TUR), Tobias Hysén (IFK Göteborg), Zlatan Ibrahimovic (Milan/ITA), Markus Rosenberg (Werder Bremen/ALE), Ola Toivonen (PSV/HOL).
Ouça as partidas da Eurocopa a partir do dia 8 de junho pela Rádio Estadão/ESPN, e acompanhe diariamente o Fora de Jogo especial na ESPN e ESPN HD.
Naquela partida, em que os holandeses perderam pela primeira vez desde a final da Copa do Mundo, ficou claro que a ausência do milanista faz com que a Suécia apresente um jogo mais coletivo. Com "Ibra" em campo, há uma tendência a jogar em função dele, seja atuando como centroavante, seja como ponta-de-lança em suporte a um homem de área, como Elmander, no esquema 4-2-3-1.
De qualquer forma, dificilmente Hamren (ou qualquer outro técnico em seu lugar) pensaria em abrir mão de um jogador deste calibre em sua formação inicial. E muito além da influência de Ibrahimovic, que tem 29 gols em 75 jogos pela seleção, o treinador pode contar com nomes bem experientes neste nível de exigência.
O xerife da zaga Olof Mellberg vai para sua quarta Eurocopa. Além de Ibra, outros quatro participarão pela terceira vez: Svensson, Källström, Isaksson e Wilhelmsson. A rodagem é característica de um elenco sem jogadores de 23 anos ou menos. John Guidetti, 20, destaque do Feyenoord na liga holandesa, foi preterido.
A dupla de volantes formada por Källström e Svensson é um dos pontos fortes da equipe, não apenas por garantir proteção à defesa, mas também pela participação no jogo ofensivo. Os dois são bons passadores e têm bom retrospecto de gols pela seleção: 34, somados. Bom cobrador de faltas, Svensson fez o gol que eliminou a Argentina na fase de grupos da Copa do Mundo de 2002.
Desde a Euro 2000, a Suécia só deixou de se classificar para um grande torneio na Copa do Mundo de 2010. Após o hiato, a expectativa é de brigar por uma vaga nas quartas-de-final.
Para isso, é fundamental começar com um bom resultado diante da anfitriã Ucrânia antes de encarar Inglaterra e França. O retrospecto contra os ingleses é até animador. A derrota no amistoso do ano passado foi a primeira no confronto em 43 anos.
Fique de olho - A característica de Zlatan Ibrahimovic é mais de solista do que de componente de orquestra, como disse certa vez Arrigo Sacchi. É difícil ficar indiferente ao atacante de origem eslava, que tem muito pouco de sueco em sua personalidade.
Polêmico e falastrão, Ibra impressionou com as camisas de Malmö e Ajax antes de se tornar um nome histórico no futebol italiano, conquistando títulos em suas passagens por Juventus, Internazionale e Milan. Até no Barcelona, onde seu estilo excessivamente individualista fez com que a experiência durasse apenas uma temporada, o atacante foi campeão.
É difícil achar um ponto fraco no jogo de Ibrahimovic, que tem vasto repertório de gols. Conhece bem a grande área, também arrisca de fora com os dois pés, e tem um forte cabeceio. Sabe encontrar a melhor solução - como no histórico gol de calcanhar contra a Itália na Euro 2004.
O desafio, agora, é ser capaz de liderar a Suécia a pelo menos repetir sua melhor campanha em uma Eurocopa, em 1992, quando foi semifinalista.
O comandante - Erik Hamren não teve uma carreira brilhante como jogador - curta e abreviada por lesão. Como técnico, construiu um nome importante na Escandinávia, remando por equipes menores na Suécia até chegar ao AIK, que guiou a dois títulos de copa, em 1996 e 1997. Somou mais uma copa ao currículo pelo Örgryte, mas seu grande trabalho foi na Dinamarca, pelo Aalborg.
Hamren ficou cinco anos no Aalborg, culminando com o título nacional em 2008. De lá, foi para o Rosenborg, na Noruega, onde venceu mais um campeonato. Foi convidado para assumir a Suécia após o fracasso nas eliminatórias do Mundial de 2010 e a saída de Lars Lagerback.
Em relação ao antecessor, Hamren é mais aberto no trato com a imprensa e privilegia um estilo de jogo mais ofensivo. É menos "general" com o elenco e mais propenso ao diálogo, admitindo que jogadores diferentes (Ibra) exigem abordagens distintas.
Os convocados:
Goleiros: Andreas Isaksson (PSV/HOL), Johan Wiland (Copenhague/DIN), Pär Hansson (Helsingborg);
Defensores: Mikael Antonsson (Bologna/ITA), Andreas Granqvist (Genoa/ITA), Olof Mellberg (Olympiacos/GRE), Jonas Olsson (West Bromwich/ING), Martin Olsson (Blackburn/ING), Behrang Safari (Anderlecht/BEL), Mikael Lustig (Celtic/ESC);
Meio-campistas: Emir Bajrami (Twente/HOL), Rasmus Elm (AZ/HOL), Samuel Holmén (Istanbul BB/TUR), Kim Källström (Lyon/FRA), Sebastian Larsson (Sunderland/ING), Anders Svensson (Elfsborg), Pontus Wernbloom (CSKA Moscou/RUS), Christian Wilhelmsson (Al-Hilal/ARS);
Atacantes: Johan Elmander (Galatasaray/TUR), Tobias Hysén (IFK Göteborg), Zlatan Ibrahimovic (Milan/ITA), Markus Rosenberg (Werder Bremen/ALE), Ola Toivonen (PSV/HOL).
Ouça as partidas da Eurocopa a partir do dia 8 de junho pela Rádio Estadão/ESPN, e acompanhe diariamente o Fora de Jogo especial na ESPN e ESPN HD.
