sábado, 26 de maio de 2012

Após duas prorrogações, Pinheiros bate Brasília e segue vivo na série

 
 Dois segundos. Era esse o tempo que separava o Pinheiros de uma vitória que o manteria vivo na briga pelo título do NBB 4. De uma vitória que teria um sabor de superação para o grupo. Sem poder contar com Shamell, que se recupera de uma cirurgia no tendão de Aquiles, a equipe mostrou força, mas pecou no fim do tempo normal e viu Nezinho levar o jogo para a prorrogação no ginásio Nilson Nelson. Mal sabia que seria a primeira de duas. Mesmo vendo alguns de seus principais jogadores serem eliminados por faltas, a equipe paulista foi valente. Suportou a pressão feita pelo atual bicampeão e a da arquibancada que cantava a plenos pulmões. Contou com a sorte também. Viu Alex desperdiçar bolas que não costuma errar e, depois de uma longa batalha, deixou a quadra com o que mais queria. Nesta sexta-feira, num confronto de tirar o fôlego, o Pinheiros provocou o quinto jogo da série semifinal: 109 a 105 (81 a 81 no tempo normal). Veja os melhores momentos no vídeo ao lado
Fiorotto na partida de basquete entre Brasília e Pinheiros (Foto: Brito Junior / Divulgação)Fiorotto anotou 13 pontos no jogo 4 entre Brasília e Pinheiros (Foto: Brito Junior / Divulgação)
Mostrou também ao Brasília que o caminho até a quarta final consecutiva não será dos mais fáceis. O dono da vaga será conhecido no domingo. A partida está marcada para as 14h, em São Paulo.

O cestinha foi Alex, com 27 pontos, um a menos que Marquinhos, do Pinheiros. Olivinha fez um duplo-duplo, com 21 pontos e 20 rebotes. Giovannoni também, com 16 pontos e 12 rebotes.
O jogo
Na camisa que vestiam durante o aquecimento, os jogadores do Pinheiros desejam força a Shamell. Sabiam também que teriam que mostrar o mesmo dentro de quadra para superar a ausência de um companheiro de tanta importância no esquema tático do time. E foi o que fizeram. Depois de um atraso de 15 minutos, devido a um problema no cronômetro de 24s, o jogo começou em ritmo intenso. A equipe paulista dominou as ações, deu poucos espaços aos anfitriões e abriu rapidamente 8 a 0.
O Brasília não mostrava a agressividade tão característica. Errava passes, escorregava e forçava arremessos. Ficou quase cinco minutos sem marcar um pontinho sequer. A primeira cesta, para alívio da torcida, foi de autoria de Guilherme Giovannoni (8 a 2).  Mas o adversário nem se importou. Continou dominante e fez com que o técnico José Carlos Vidal pedisse tempo e perguntasse aos seus comandados: "Só porque o Shamell não está nós já ganhamos?". O técnico queria atitude, mudança de postura, mas nada mudou. O Pinheiros administrava uma frente de 11 pontos e terminou o primeiro quarto sem sustos: 22 a 11.
Apesar do bom começo no segundo período (29 a 14), o time do ala Marquinhos parou em quadra. O ataque desandou. E o Brasília finalmente despertou. Liderado por Alex, o time foi encostando no marcador. Os arremessos longos passaram a ter endereço certo. Para tentar frear a reação, foi a vez de Claudio Mortari parar o jogo. Pedia que seus comandados voltassem ao padrão ofensivo. Mas as bolas encontravam com frequência o aro. E o Brasília chegou de vez: 34 a 32.
A bronca no vestiário surtiu efeito. O Pinheiros voltou firme e com Paulinho Boracini dando trabalho ao adversário. Agressivo como no primeiro quarto, o time paulista fugia no placar (55 a 43).  A arquibancada do Nilson Nelson começava a se calar. O atual bicampeão lutava. Da linha dos três, Rossi levantou a torcida outra vez (58 a 50). Dois lances livres cobrados por Alex ajudaram a diminuir o prejuízo no finalzinho: 58 a 52.
Giovannoni e Figueroa na partida de basquete entre Brasília e Pinheiros (Foto: Brito Junior / Divulgação)Giovannoni fez um duplo-duplo na partida (Foto: Brito Junior / Divulgação)
O Pinheiros se segurava como podia. Figueroa ficou pendurado com quatro faltas no momento em que os donos da casa ficaram a um pontinho do empate (61 a 60). A pressão era grande, Alex era gigante. Foi com ele que veio a virada, a 6m35s do fim da partida: 65 a 63. A festa durou pouco tempo. Olivinha acertou uma bola de três e retomou a frente (66 a 65). A arquibancada tentava fazer a sua parte. Vaiava Marquinhos e seus companheiros. Eles não se abatiam. Aproveitavam os ataques desperdiçados pelo Brasília para respirar (73 a 69). A 2m25s, Arthur cortou a vantagem para 73 a 71.
Mas um arremesso forçado de Nezinho custou caro. Marquinhos chamou a responsabilidade. Com ele, o Pinheiros fez 77 a 71. Giovannoni diminuiu para quatro pontos. No ataque seguinte, restando 45s, Alex, de três, levantou a torcida: 77 a 76. Olivinha foi para a linha do lance livre. Teve frieza suficiente para fazer 79 a 76. Os visitantes apertaram a marcação a 20s do fim. Mesmo assim, Alex encontrou um espaço para arremessar: 79 a 78. Pouco depois, Olivinha errou o passe e ligou o contra-ataque do Brasília, que desperdiçou a oportunidade de tomar o comando do marcador. Bola presa, posse do Pinheiros, Paulinho Boracini sofreu falta a 9s e converteu os dois lances (81 a 78). Depois foi a vez de Nezinho.
Ele acertou o primeiro, errou o segundo na tentativa de conseguir um rebote. Bola presa novamente restando 2s. Com o cronômetro zerando, a arbitragem marcou falta em Nezinho, para desespero do técnico Claudio Mortari. O jogo estava nas mãos do armador do Brasília. Ele suportou a pressão e levou a partida para a prorrogação: 81 a 81.
No tempo extra, o confronto seguiu equilibrado. O pivô Morro, mesmo com uma fratura no dedo mínimo da mão direita, colocou o Pinheiros na frente (89 a 87). Arthur tratou de empatar e ainda tirou Paulinho Boracini, então segundo maior pontuador do time adversário, do jogo. Ele cometeu a quinta falta. Morro também tomou o caminho do banco pelo mesmo motivo. Alex aproveitou e fez 93 a 91 para o Brasília. Restando 25s, o jovem Davi perdeu dois lances livres. Os jogadores do Brasília já comemoravam. Faltavam apenas 10s. Não podiam imaginar que Giovannoni perderia dois lances livres e que Marquinhos converteria uma bola de três para virar o jogo: 94 a 93. Só que Mineiro levou os companheiros ao desespero ao fazer uma falta boba em Alex. Nova chance para o Brasília. E o capitão desperdiçou uma cobrança para alívio do Pinheiros. Seria preciso mais uma prorrogação: 94 a 94.
Mesmo sem peças importantes em quadra, o time de Marquinhos resistia (104 a 103). Tinha no ala o seu ponto de equilíbrio para lutar contra um Brasília completo.  A 1m21s, Lucas Tischer tentou pará-lo e acabou cometendo falta. O cestinha do Pinheiros teve a chance de passar a frente, mas desperdiçou duas das três cobranças: 105 a 104.  Apesar da falha, a equipe não se abateu. Mineiro, de longe, arrancou a virada: 107 a 105. Brasília no ataque e...erro!  Marquinhos sofreu falta, perdeu de novo os dois lances. A última bola seria dos anfitriões. Respiração em suspenso. Alex seria o homem da decisão. A bola? Não entrou na cesta e morreu na mão do valente Pinheiros: 109 a 105. Fim de batalha. O sonho de disputar a primeira final segue intacto para Marquinhos e seus companheiros.