sexta-feira, 13 de abril de 2012

FLAMENGO VENCE O LANUS MAS É LIMINADO DA LIBERTADORES

Uma Libertadores para ser sempre lembrada pelo Flamengo. Como exemplo de como não se deve disputar a competição. Na noite desta quarta-feira, o clube se despediu do torneio continental, eliminado numa primeira fase que ficou marcada por tropeços impressionantes, como o empate com o Olimpia em 3 a 3, com três gols sofridos nos últimos 15 minutos, e a derrota para o Emelec de virada (3 a 2), com um gol equatoriano aos 37 do segundo tempo e outro já nos acréscimos. E o adeus teve requintes de crueldade: depois de ver o time da Gávea derrotar o Lanús por 3 a 0 no Engenhão, gols de Welinton, Deivid e Luiz Antônio, a torcida ficou esperando o resultado no Defensores del Chaco, onde só um empate entre Olimpia e Emelec servia ao Flamengo. Nos acréscimos, o time paraguaio chegou à igualdade (2 a 2), mas a festa durou muito pouco: aos 47, o Emelec marcou mais um, venceu por 3 a 2 e se classificou, eliminando os rubro-negros.
O Emelec terminou em segundo lugar no grupo 2, com nove pontos, um a menos que o líder Lanús. O Flamengo ficou em terceiro, com oito, um à frente do Olimpia. No fim, os vacilos rubro-negros nos jogos em que esteve em vantagem foram determinantes para a eliminação precoce. Em 11 participações na Libertadores, esta foi a terceira vez que o Flamengo caiu na fase de grupos, repetindo 2002, quando fez uma campanha ainda pior, terminando em último na sua chave, com apenas quatro pontos ganhos. A outra eliminação na fase inicial foi na edição de 1983, quando o rubro-negro terminou em segundo, atrás do Grêmio - na época, apenas um clube se classificava por grupo. Agora resta ao Flamengo buscar o título carioca e se preparar para o Campeonato Brasileiro. Já classificado para as semifinais da Taça Rio, o time da Gávea joga domingo contra o Americano na última rodada antes da fase decisiva.
Apesar da situação desesperadora do Flamengo, o Lanús também tinha motivos para buscar a vitória, que garantiria o primeiro lugar do grupo e manteria a equipe na briga para ter a melhor campanha no geral. E o time argentino começou melhor a partida, buscando o ataque embora sem conseguir levar perigo ao gol de Felipe. O Flamengo só foi chegar à área adversária pela primeira vez aos dez minutos: Vágner Love recebeu de Ronaldinho Gaúcho pela esquerda e bateu cruzado, rente à trave esquerda de Marchesín.
Flamengo resolve o jogo no primeiro tempo
A boa jogada acordou o time carioca, que equilibrou o jogo e chegou ao primeiro gol aos 18: Bottinelli cobrou escanteio da esquerda e Welinton subiu mais que o adversário na segunda trave, cabeceando sem chances para o goleiro. O Lanús já estava completamente envolvido, e só assustou em chute de fora da área de Valeri, bem defendido por Felipe aos 27. O Flamengo continuou buscando o ataque. Aos 35, Ronaldinho Gaúcho cobrou falta na barreira e, na sobra, Vágner Love bateu por cima. Em sua melhor jogada no primeiro tempo, o camisa 10 passou por dois jogadores e rolou para Deivid dominar e chutar rasteiro, fazendo 2 a 0, aos 41 minutos. Mal terminou o primeiro tempo no Engenhão, e de Assunção veio a má notícia: Castorino fez 1 a 0 para o Olimpia sobre o Emelec, no último lance do primeiro tempo, resultado que eliminaria o rubro-negro.
Ao deixar o campo, pouco antes do gol paraguaio, Ronaldinho Gaúcho resumiu o sentimento dos jogadores do Flamengo diante da situação:
- Nem quero saber como está lá (em Assunção), temos que fazer o nosso papel aqui e não cometer os erros que cometemos em outros jogos da Libertadores. Não podemos baixar o ritmo - afirmou.
No fim, festa seguida de decepção
De fato, o Flamengo não deixou o Lanús reagir. Logo aos quatro minutos, numa de suas melhores jogadas nos últimos tempos, Ronaldinho Gaúcho deu dois belos dribles em sequência pela esquerda, entrou na área e cruzou na medida para Luiz Antônio bater de primeira e fazer 3 a 0. O Flamengo recuou e permitiu que o Lanús criasse algumas jogadas de perigo. Mas o lance que acordou o time rubro-negro não aconteceu no Engenhão, e sim no Defensores del Chaco: o Emelec empatou o jogo, com um gol de Mondaini, fazendo a torcida explodir aos 24 minutos. Era o resultado de que o Flamengo dependia.
A partir de então, o torcedor passou a se preocupar mais com o que acontecia no Paraguai do que no jogo do Flamengo. Mesmo porque o Lanús, ainda que buscasse o ataque, estava longe de ser uma ameaça para a vitória rubro-negra. O jogo já caminhava para o fim no Engenhão, e veio a ducha fria do Paraguai: Ángel Mena virou o jogo para o Emelec. Quando terminou a partida no Rio, o time equatoriano vencia por 2 a 1, e os rubro-negros tinham cerca de cinco minutos para torcer por um gol do Olimpia. Que até saiu nos acréscimos, com Ceballos, fazendo jogadores e torcida vibrar com a possibilidade da classificação emocionante. Mas a comemoração durou apenas um minuto: aos 47, o Emelec chegou ao terceiro gol, numa bela cabeçada de Quiñonez, e acabou com a esperança rubro-negra.