quarta-feira, 4 de abril de 2012

Barça 3 x 1 Milan, e os árbitros como vedetes do futebol mundial


Faz sentido falarmos mais desse sujeito do que de Messi ou Ibra?


Não há dúvida: se Bjorn Kuipers não tivesse marcado o pênalti de Nesta sobre Busquets ninguém estaria agora falando sobre o tal árbitro holandês. Talvez alguns gatos pingados contestassem a não marcação da penalidade, mas certamente não seria esse, neste momento, o assunto principal da partida.

Isso basta para classificar como equivocada a decisão do árbitro. Se a bola estava ou não em jogo na hora da falta de Nesta, se Puyol também cometeu falta no italiano, se esse tipo de lance acontece a toda hora após cobranças de escanteio são justificativas possíveis. Cada um escolhe o argumento que achar mais conveniente.

O segundo tempo do jogo nem havia começado e Eládio Paramés, o polêmico e falastrão porta-voz de Mourinho já escrevia em seu sempre frenético Twitter: "Depois desses 45 minutos, já sabemos quem vai ganhar a Champions. Hoje aprendemos que os pênaltis podem ser marcados mesmo quando a bola não está em jogo".

Partida encerrada, foi a vez de Ibrahimovic reclamar, dizendo que agora entendia "porque Mourinho se sentia daquele jeito quando saía para jogar no Camp Nou". Guardiola respondeu, com a elegância habitual, dizendo que enquanto Ibra e Mourinho falam, o seu Barcelona joga bola. O que é verdade.

Mas também é verdade que passaremos mais alguns dias lendo e ouvindo notícias e lamúrias sobre arbitragem. Os árbitros viraram as estrelas do futebol mundial na Espanha, na Itália e no Brasil. Na Inglaterra e na Alemanha, se não é assim, o motivo é única e exclusivamente a postura mais respeitosa dos profissionais do futebol em relação à autoridade dos árbitros. Porque na Inglaterra, por exemplo, também foram muitos os erros na temporada.

Tem algo errado.

Futebol não precisa de polêmica de arbitragem pra ser divertido. Os jogos não precisam de erros para ser bons. O papo de que a conversa de botequim perde a graça sem o erro do juiz é baboseira. Polêmicas de arbitragem podem gerar alguns jornais vendidos a mais, mas isso não parece um bom motivo para que nada seja feito para sanar os erros constantes.

A FIFA precisa se mexer, com o que quer que seja. Pode ser com tecnologia, com mais gente, com melhor preparação, com menos subjetividade ou com qualquer outra brilhante ideia que porventura saia da cabeça de seus rodados dirigentes. Mas precisa se mexer.

Não fosse a arbitragem, provavelmente estaríamos aqui falando mais de um Barcelona classificado sem polêmicas. E de um Milan que merece elogios por ter se mostrado, entre as grandes equipes, aquela que melhor soube enfrentar o time mais forte do planeta e um dos mais fortes da história do futebol.

Mas não. Estamos falando de um holandês sem importância alguma para o futebol.

Até quando?