sexta-feira, 30 de março de 2012

O gênio do Animal

Este post é dedicado a falar do Edmundo dentro de campo, dos lances certos e errados nas quatro linhas. Sei que alguns vão criticar e lembrar do episódio ocorrido em 95, mas vou ficar no campo/bola porque esta é a proposta.

Mesmo que tarde, a chance de dizer adeus a um grande jogador é uma possibilidade de retribuir, com carinho, tudo que ele fez pelo torcedor. Claro que o jogador erra. Afinal de contas, ele é um ser humano. O atacante perde gol, o goleiro leva um frango, zagueiro fura, mas isso faz parte do futebol.

O que fica para a história é a história que este ou aquele jogador escreve. Mesmo que por linhas tortas, como muitos fizeram e ainda fazem, alguns ficam eternizados e ganham destaque.

Edmundo é um daqueles casos de amor e ódio que a bola produz. Amado pelas torcidas do Vasco e Palmeiras, odiado por muitas, ele viveu no fio da navalha boa parte da carreira. Em alguns casos, ele não sabia o risco que corria, mas foi em frente.

Chutou uma câmera, ficou preso em um quarto de hotel, agrediu adversários, mas deixou marcas importantes no mundo da bola. Quem não lembra dos 6 gols diante do União São João, em São Januário?

Ou os 29 gols no mesmo ano, em 97, quando ele passou a ser o recordista de gols em uma edição de Brasileirão? E as dancinhas provocativas após os gols contra o Flamengo? E a rebolada na frente do Gonçalves?

E aquele golaço, digno de placa, diante do Manchester, no bom e velho Maracanã?

Claro que algumas situações tiveram o revés, mas o Animal, como ficou conhecido, rugia mais forte a cada ameaça. Viu o time do Botafogo rebolar, dias depois, na comemoração do título. E daí?

Mesmo com tantas saídas, a idolatria da torcida do Vasco por Edmundo sempre foi clara. Tão clara que ele desconcentrou em São Januário quando atuou pelo Cruzeiro. Perdeu pênalti. Pelo Vasco também, mas quem disse que o torcedor o crucificou.

O título mais importante foi chutado para fora em uma cobrança de pênalti. E daí? A campanha de 97 fez com que ele entrasse numa seleta galeria: a dos ídolos.

Lá, não importa tanto o currículo, os títulos conquistados ou as conquistas que ficaram pelo caminho.

Lá, a paixão é capaz de elevar o jogador a esta condição e os braços do povo são o trampolim para este status.

Só um ídolo é capaz de arrastar uma multidão. Outros já fizeram isso.

Quarta, dia 28 de março, foi a vez de Edmundo!