terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Erros e acertos dos comandantes

Fluminense campeão da Taça Guanabara não tem o que contestar. Não dá para ficar evocando números para justificar o que seria mais justo numa final de campeonato. O que vale é cumprir o regulamento e ganhar no campo. Isso, o Fluminense fez de mão cheia no domingo.

A minha proposta é mostrar o que vi de certo e errado na decisão da Taça GB. Por que o Vasco não rodou? O que houve com o Tricolor, que mandou na partida?

Em primeiro lugar, a atuação do técnico Abel Braga foi muito superior a do Cristovão Borges. Tudo bem que o técnico do Flu tem muitas opções (e boas) nas mãos, mas saber usá-las da melhora forma é uma arte. Não atrapalhar é outra.

Abel encontrou uma linha ofensiva com Thiago Neves pela direita, Deco centralizado e Wellington Nem na esquerda que empurrou o Vasco. O lado direito com o Fagner e o Dedé sofreu no primeiro tempo.

As trocas constantes de passes à frente da área deram o tom da falta de poder de marcação do Vasco na final. Felipe Bastos errou tudo que tentou e quase não foi visto na proteção aos zagueiros.

Nílton ficou perdido com tanto trabalho e ainda se enrolou quando tentou ser mais do que pode ser. Rodolfo, mais uma vez, foi mal no combate direto. Sobrecarregado, Dedé teve que se transformar em campo para suprir estas carências.

Nem mesmo as falhas da zaga do Fluminense no primeiro tempo foram suficientes para fazer o Vasco sair na frente decisão. Se Abel conseguiu encontrar a melhor formação, Cristovao foi previsível e não soube encontrar uma saída para o time.

Lançar o Felipe no intervalo na vaga do Felipe Bastos, recuar o Juninho Pernambucano para segundo homem e trazer o Diego Souza para o meio-campo seria uma saída, mas ele não fez.

Abel seguiu empurrando o adversário para o campo de defesa e liquidou a partida num contra-ataque em que Nílton falhou ao tentar adivinhar o lado para o qual Thiago Neves sairia. Resultado: o meia cortou para o lado diferente e deixou Fred na cara do gol.

Tirando os 10, 12 minutos finais, o Vasco nunca foi tão efetivo na busca do gol. Teve um lance isolado do Diego Souza, mas foi só isso. Pouco para um time que vinha com 100% de aproveitamento no Estadual.

O elenco do Fluminense é um dos melhores do Brasil e vai sempre fazer a diferença. Só que nesta final, o comandante foi mais importante. Abel contou com uma tarde feliz de quase todas as peças, algo que ainda não tinha acontecido na Taça GB.

Já Cristovão Borges ficou parado à beira do campo enquanto o Fluminense passeava no Engenhão. Não é exagero afirmar que 3 a 1 ficou barato. Se fosse 4, 5 ou 6 para o Fluminense o resultado seria mais de acordo com o rendimento apresentado.