Beatriz Haddad Maia dificilmente deixa de ser notada nas quadras de tênis. A altura de 1,84 m impressiona. A potência nos golpes e a subida à rede para volear também. Sem porte de modelo ou acessórios que chamem a atenção, ela só não é mais alta do que a musa russa Maria Sharapova quando tem a estatura comparada com as atuais representantes do top 10 profissional.
“Estou grande! (risos). Desde pequena quando via pela TV, eu achava que elas seriam monstros, aí quando viajei para Roland Garros e Wimbledon vi a Na Li, o pessoal, e elas não são monstros. Elas são grandes, mas eu sou maior ainda. Eu até fiquei: ‘nossa, que grande que eu estou!'”, afirma Beatriz Haddad Maia, ou Bia, como é chamada no circuito.
Prodígio, ela evita comparações com Sharapova (campeã de Wimbledon aos 17 anos e conhecida entre outros fatores por sua estatura de 1,88 m) por não se parecer fisicamente e nem no estilo em quadra. Barulho nas devoluções? Não faz e nem gosta, embora respeite a ‘mania’ da russa. Ficar só no fundo de quadra? Também descarta usando um bom voleio.
Bia é pupila do técnico Larri Passos, que levou Gustavo Kuerten à elite do tênis quando ela ainda era um bebê. E embora a carreira ainda engatinhe, o desempenho e os números obtidos são expressivos e tratados como superficiais.
“Na idade dela o que menos vai importar para a gente é o ranking, que com certeza vai melhorar para o ano que vem, mas sempre com os pés no chão e visando daqui uns 4 ou 5 anos”, avisa o técnico Roberto Carvalho, que treina e viaja com ela enquanto Larri está ocupado com Thomaz Bellucci.
“A gente tenta fazer com que a Bia tenha uma diferença jogando na Europa pelo que ela começou a fazer esse ano. Ela teve oportunidade de jogar dois Grand Slams e ter um contato mais de perto com as grandes jogadoras. Tem que visualizar mesmo o tênis que as meninas jogam na Europa, fugir um pouco da América do Sul onde a realidade de nível é inferior”, completa o técnico.
Roberto Carvalho, técnico de Bia MaiaDestaque em todas as categorias que jogou, Bia é paulistana e mora em Balneário Camboriú (SC), a 800 km da família, desde o fim do ano passado. Ele teve de convencer Larri Passos a retomar o trabalho com mulheres depois de ele ter desistido após períodos com a eslovaca Daniela Hantuchova e a austríaca Tamira Paszek.
Canhota e com características físicas semelhantes à da tcheca Petra Kvitova, que neste ano surpreendeu Maria Sharapova para conquistar em Wimbledon o seu primeiro título de Grand Slam, é na sensação da temporada 2011 que ela tenta se inspirar
“Eu não conhecia, mas vi ao vivo a canhota que ganhou Wimbledon, a Kvitova. Eu acho que por eu ser canhota e grande, tenho usado o saque contra as meninas e eu vi que ela usa bastante, o forehand ela pega pesado, então acho que eu tenho que me espelhar nela”, afirma a tenista.
Dedicada aos treinos, Bia Maia é uma adolescente diferente das meninas de sua idade não apenas na estatura. Ela não gosta de badalações, evita sair e gosta de dormir cedo. Disciplina que obteve da família formada por esportistas. A mãe jogava tênis e o pai, basquete.
Foi bom eu ter ido com 15 anos para a chave de um Grand Slam. Assim você vê como é que é. Tudo é diferente. É bom ver antes como elas são para eu não chegar lá e não tomar um susto mais tarde
Bia Maia, principal juvenil brasileira“Ela sempre teve facilidade para jogar e foi uma menina maior que as outras, mas sempre foi dedicada também. Ela tem esse lado de disciplina e dedicação que ajudou muito a crescer. A Bia é de dormir cedo, nunca foi de querer ficar saindo. Para a gente sair e comer uma pizza, é duro convencê-la”, afirma a mãe Lais Haddad, que tem encontrado algumas dificuldades para ver a filha. "Às vezes a gente se encontra só em aeroporto, é uma vida muito louca”, completa a mãe da tenista.
O único problema para Bia acaba sendo nos estudos. Ela cursa o primeiro ano do ensino médio e acaba tendo de improvisar para fazer provas e acompanhar o ritmo. O que ajuda é contar com outros tenistas em sua classe, além de duas meninas na academia que tem maioria masculina.
“Eu viajo muito e perco muitas provas, sempre tenho que estar levando uma apostila e pelo menos tentar dar uma olhada. É difícil, mas tentar dar uma olhada na matéria, dar uma lida. Porque quando você volta tem bastante coisa para estudar”, explica Bia Maia.
A própria tenista juvenil, que entrará no ranking profissional da WTA na segunda-feira após somar pontos em três torneios seguidos – regra da entidade – ficou impressionada quando jogou os torneios juvenis de Roland Garros e Wimbledon, tendo a oportunidade de ver de perto as melhores jogadoras do mundo e percebeu que está entre as 'gigantes' da modalidade
Prodígio, ela evita comparações com Sharapova (campeã de Wimbledon aos 17 anos e conhecida entre outros fatores por sua estatura de 1,88 m) por não se parecer fisicamente e nem no estilo em quadra. Barulho nas devoluções? Não faz e nem gosta, embora respeite a ‘mania’ da russa. Ficar só no fundo de quadra? Também descarta usando um bom voleio.
Bia é pupila do técnico Larri Passos, que levou Gustavo Kuerten à elite do tênis quando ela ainda era um bebê. E embora a carreira ainda engatinhe, o desempenho e os números obtidos são expressivos e tratados como superficiais.
“Na idade dela o que menos vai importar para a gente é o ranking, que com certeza vai melhorar para o ano que vem, mas sempre com os pés no chão e visando daqui uns 4 ou 5 anos”, avisa o técnico Roberto Carvalho, que treina e viaja com ela enquanto Larri está ocupado com Thomaz Bellucci.
“A gente tenta fazer com que a Bia tenha uma diferença jogando na Europa pelo que ela começou a fazer esse ano. Ela teve oportunidade de jogar dois Grand Slams e ter um contato mais de perto com as grandes jogadoras. Tem que visualizar mesmo o tênis que as meninas jogam na Europa, fugir um pouco da América do Sul onde a realidade de nível é inferior”, completa o técnico.
BOM E RUIM DE SER GRANDE
A vantagem é que pode sacar muito bem, tirar proveito do saque, jogar com bastante top spin alto no revés das meninas e ela tem uma bola alta de forehand que costuma machucar bastante as meninas e por ser alta consegue uma aceleração grande. A maior dificuldade vai ser a parte de movimentação. Mas eu prefiro ela alta e a gente trabalhar isso do que ela menorzinha e ser muito rápidaRoberto Carvalho, técnico de Bia Maia
Canhota e com características físicas semelhantes à da tcheca Petra Kvitova, que neste ano surpreendeu Maria Sharapova para conquistar em Wimbledon o seu primeiro título de Grand Slam, é na sensação da temporada 2011 que ela tenta se inspirar
“Eu não conhecia, mas vi ao vivo a canhota que ganhou Wimbledon, a Kvitova. Eu acho que por eu ser canhota e grande, tenho usado o saque contra as meninas e eu vi que ela usa bastante, o forehand ela pega pesado, então acho que eu tenho que me espelhar nela”, afirma a tenista.
Dedicada aos treinos, Bia Maia é uma adolescente diferente das meninas de sua idade não apenas na estatura. Ela não gosta de badalações, evita sair e gosta de dormir cedo. Disciplina que obteve da família formada por esportistas. A mãe jogava tênis e o pai, basquete.
DESLUMBRAMENTO EVITADO
Foi bom eu ter ido com 15 anos para a chave de um Grand Slam. Assim você vê como é que é. Tudo é diferente. É bom ver antes como elas são para eu não chegar lá e não tomar um susto mais tarde
Bia Maia, principal juvenil brasileira
O único problema para Bia acaba sendo nos estudos. Ela cursa o primeiro ano do ensino médio e acaba tendo de improvisar para fazer provas e acompanhar o ritmo. O que ajuda é contar com outros tenistas em sua classe, além de duas meninas na academia que tem maioria masculina.
“Eu viajo muito e perco muitas provas, sempre tenho que estar levando uma apostila e pelo menos tentar dar uma olhada. É difícil, mas tentar dar uma olhada na matéria, dar uma lida. Porque quando você volta tem bastante coisa para estudar”, explica Bia Maia.