quinta-feira, 10 de março de 2011

Viva a quarta de cinzas: campeão carioca atrai 1.877 testemunhas

Se não bastasse rodada no sábado de carnaval, os supimpas cartolas brasileiros também colocaram a bola para rolar na quarta-feira de cinzas.

Com a mesma sensibilidade de um dinossauro esfomeado numa casa de chá, eles pouco se lixaram para a ressaca dos jogadores e da torcida.

O atual campeão carioca, o Botafogo, só conseguiu atrair uma multidão de 1.877 testemunhas ao jogo com o Nova Iguaçu por conta do título que carrega.

A renda de R$ 34.930 superou qualquer expectativa. Vai dar até para pagar o café da manhã na padaria. Sem pãozinho.

O boa praça Joel Santana já havia previsto o enorme sucesso: “Quarta de cinzas não dá. O clima não é de um jogo normal. Pior: nossa partida será na mesma hora que julgarão as escolas. De repente, alguém quer saber quem está ganhando o carnaval e aí Inês é morta.”

Bendita sabedoria. Mais de oito mil pessoas invadiram a quadra da Beija Flor para comemorar o título, quatro vezes mais que o número de pagantes no glorioso estádio Raulino de Oliveira. E mais de duas vezes a galera que prestigiou Fluminense x América no Engenhão (3.282 e renda de R$ 71.550).

Nada, porém, comparável ao magnífico duelo Mogi x Linense, no Romildo Vitor Ferreira: fantásticos 891 torcedores.

Quarta-feira de cinzas é uma chatice até para escrever.
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Facão à vista. O cardeal Mustafá Contursi quer porque quer medidas mais drásticas no ninho dos periquitos em revista. Ele pressiona o presidente Arnaldo Tirone a cortar salários. Considera absurdo, por exemplo, um clube mergulhado em séria crise financeira pagar R$ 700 mil a Felipão. Que está preocupadíssimo com a possibilidade de engrossar a turma do auxílio-desemprego, já que recebe propostas dia sim e outro também. Do Santos, da Espanha, de Portugal...

Sugismundo Freud. Cabelo ruim é igual a bandido: ou tá preso ou tá armado.

Pica-Pau. O interino Marcelo Martelotte está prestigiadíssimo pela diretoria do Santos. Depois das fracassadas negociações com Abel Braga e Ney Franco para substituir Adilson Batista, a cartolagem resolveu apostar suas fichas em Martelotte. Fez poucas exigências: o treinador vai precisar apenas conquistar o Paulistinha, a Libertadores...

Zapping. A plim-plim tem usado o Baianinho para ‘demonizar’ a Record na luta pelos direitos de TV do Brasileirão. A emissora carioca vem mostrando números do ibope para manter o rebanho em sua fazenda. Em 2008, a federação baiana trocou a Globo pela Record e os índices de audiência despencaram de 20 para 13 pontos. Neste ano, o acarajé voltou a ser servido pela Vênus Platinada e o tempero conquistou novamente 20 pontos. Já o Clube dos 13 toma sal de fruta.

Facebook. Nada contra, ao contrário. Mas não deixa de ser interessante: por que só agora Fábio Koff, presidente do Clube dos 13, disparou a metralhadora contra a Globo e o Circo Brasileiro de Futebol?

Gilete press. De Marluci Martins, no ‘Marca Brasil’: “Até Patrícia Amorim, normalmente tão elegante e política no discurso, atravessou o samba. Quem estava baile do Vermelho e Preto jura que a presidente do Flamengo engrossou o coro da adaptação do belo samba Festa Profana, de 1989, da União da Ilha: ‘Oh! Joga água que é de cheiro, confete, serpentina, vou dar porrada na torcida vascaína’. Feio? Partindo de Patrícia, sim.” E como!

A vida é bela. Uma das candidatas à seleção brasileira de boxe que disputará o Pan-Americano de Guadalajara, em outubro, a baixinha Daniele Bastieri é, de fato, uma brigadora: encara três horas de viagem para poder treinar na capital paulista. Ao ‘Globo’, confessou que só entrou no esporte porque queria emagrecer. Gostou. E hoje, no ringue e na vida, luta diariamente para ficar em forma e sobreviver. A Rio 2016 é deles, a conta é nossa.

Dois toques. O lateral Roberto Carlos anda de cabeça quente por causa das críticas da Fiel à sua transferência para o Anzhi. Ainda outro dia, RC veio a São Paulo visitar a família em um dos jatinhos do dono do clube russo.*** A mamãe Fifa está em crise: arrecadou apenas US$ 4,2 bilhões nos últimos quatro anos, US$ 3,7 bilhões graças ao safári da bola na África do Sul. O Mundial rendeu mais de US$ 2 bilhões apenas com a venda dos direitos de TV.*** O ‘Canal 10’ do Uruguai sonha com um 13 para apresentar um talk show: Loco Abreu. O atacante do Bota teria de viajar uma vez por semana para gravar o programa.

Tititi d’Aline. Tristeza no CT do Tricolor. Dos três filhotes da pavoa Azul que nasceram no início do ano, apenas um ainda sobrevive. O primeiro morreu em fevereiro. O segundo, vítima de um gato malvado, suspirou pela última vez na terça de carnaval. Restam agora o casal e um pavãozinho.

Você sabia que... o Milan, eliminado pelo Tottenham, há quatro anos não ganha de uma equipe inglesa na Liga dos Campeões?

Bola de ouro. Messi. O hermano do Barcelona está cada vez melhor.

Bola de latão. Alex Silva. O zagueiro do Tricolor foi injustamente punido. Tanto que o técnico Carpegiani até perdeu a conta das faltas do atleta aos treinos.

Bola de lixo. Adriano. Um imperador devastador na Roma: oito jogos oficiais e nenhum gol. Balançou a rede apenas no amistoso contra um sensacional combinado da região de Riscone Brunico. A Roma venceu por 13 a 0.

Bola sete. "Futebol não é só cota de TV. Uma placa de publicidade na Globo vale quatro vezes mais do que na Record" (do presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella - fala que eu te escuto).

Dúvida pertinente. Ainda vale a pena apostar R$ 500 mil por mês em Adriano, um imperador em ruínas?