segunda-feira, 14 de março de 2011

E se fosse o Luxemburgo se demitindo, e não o Muricy Ramalho?

Muricy Ramalho pode ter todos os motivos do mundo para se irritar com a presidência do Fluminense, que não parece ter se esforçado minimamente para convencê-lo a ficar. Mas não foi o primeiro embate entre o técnico e cartolas. No São Paulo ele conviveu com isso várias vezes. E levou a melhor na maioria delas, com vitórias e títulos que calavam os corneteiros de plantão.

O técnico saiu do clube no momento mais delicado da temporada até aqui, com o Fluminense mal colocado na Copa Libertadores e precisando de vitórias fora de casa contra Nacional do Uruguai e Argentinos Juniors. O que é mais forte, a insatisfação com a falta de estrutura e decisões tomadas pela direção tricolor ou as necessidades do time, que precisava de Muricy?

Pode ser que amanhã ou depois o treinador campeão brasileiro apresente argumentos mais do que convincentes para sua saída das Laranjeiras. Como se limitou a emitir uma protocolar nota após sua demissão, tais motivos, se é que existem, ainda não foram publicamente apresentados. Fato é que time e torcida ficaram em segundo plano na crise interna do futebol tricolor.

Em 2002 Vanderlei Luxemburgo saiu do Palmeiras ainda no começo do campeonato brasileiro, o time foi rebaixado e muitos palmeirenses até hoje o responsabilizam pela queda à Série B. É evidente a maior tolerância com atitudes de Muricy, inclusive da imprensa, como já existia naquelas toscas entrevistas que ele concedia ainda como treinador do São Paulo.

Se não apresentar razões realmente fortes para deixar o time no meio da batalha que é a Libertadores, Muricy estará vulnerável a criticas, como aconteceria com o hoje técnico do Flamengo. Mesmo com a postura passiva da direção do clube, que perdeu o treinador quatro vezes campeão nacional nos cinco últimos anos como se isso nada significasse.

PS: se você está convencido de que o presidente do Fluminense lutou para manter Muricy no clube, ok. Eu não estou.

Luxemburgo e Muricy: diferentes reações, dependendo de quem está na berlinda
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