sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Celebração do surf em prêmio aos melhores do Brasil em 2010

O surf brasileiro foi celebrado nessa noite de quinta-feira, num lugar que costuma chamar de casa: Florianópolis. A entrega do Prêmio Greenish 2010, da maior onda, do melhor tubo e o melhor aéreo surfado em águas brasileiras durante todo o ano passado poderia ter sido algo burocrático como muitas premiações são no mundo, em todas as áreas – às vezes até o Oscar; mas não. Essa festa teve alma. Com o perdão de roubar o nome da publicação de Romeu Andreatta, teve alma surf.

Bruno Santos ganhou sozinho a categoria estreante de melhor tubo. Sua onda nota 10 pelo Circuito Nordestino de 2010, em Fernando de Noronha (Cacimba do Padre), foi a única inscrita. Segundo o Legend Fábio Gouveia, ninguém teve coragem de comparar qualquer outra onda com a de Bruninho. “Eu sou louco pelos tubos, entubar é o que mais me realiza no surf, corro o mundo atrás das ondas mais perfeitas por causa deles”, declarou o vencedor, que já havia vencido o Greenish em 2007, na categoria maior onda.

Mas se Bruninho já chegou campeão à festa, realizada na casa noturna Confraria das Artes, na Lagoa da Conceição, em Floripa, os dois outros vencedores só foram anunciados oficialmente durante a festa.

Passava das onze e meia da noite, muita gente já havia comentado que Luel Felipe dropou a maior onda de 2010 na Cacimba do Padre (início da mesma ondulação do 10 de Bruno Santos) e que o melhor aéreo, disparado, havia sido o de Ricardo Wendhausen, o Riquinho, no Matadeiro (praia ao sul de Floripa). A galera entende do que fala, porque entende do que faz: surf.

Riquinho fez um discurso emocionado. E lembrou do pai, shaper legend do Arpoador Wander Bill, morto num acidente de carro em 1990 em Garopaba, Santa Catarina. Seu 540 no Matadeiro tem, entre seus admiradores, o skatista campeão mundial de Bowl Pedro Barros, que costuma tanto surfar quanto andar de skate com Ricardo. Pedrinho esteve na festa e disse que o skate tem ajudado Riquinho a aperfeiçoar seus aéreos. Veja!

Antes de Luel também receber seu prêmio de forma emocionada, chamando o pai até o local da premiação, Aldemir Calunga reafirmou uma atitude muito típica do surf e que não costuma ser tão intensa em outros esportes: a reverência aos pioneiros. Lembrou de Bill, de Ronchi, Tony Villela e muitos outros. Surf de alma, entre lágrimas de alegria e de saudade.


Já começou

O responsável pela premiação, Petrônio Tavares, diretor da Greenish, lembrou que o prêmio de 2011 já está valendo desde 1º de janeiro desse ano. Quem tiver o registro de uma onda muito boa já pode se inscrever. “Isso é muito bom para o surf. Porque não é todo surfista que vai bem em competição, mas pega altas ondas também”, arrematou Fabinho Gouveia, sobre a importância do prêmio brasileiro.

Cada surfista vencedor levou um cheque de 10 mil reais. Os cinegrafistas das ondas vencedoras ganharam 2 mil reais cada, assim como os shapers dos surfistas ganhadores.


Jurados

O corpo de jurados da cada categoria procurou reunir especialistas. Gabriel Medina, por exemplo, votou na categoria Melhor Aéreo. Fábio Gouveia e Carlos Burle foram outros nomes de peso que votaram. Além dos comentaristas da ESPN no Brasil Taiu Bueno e Edinho Leite.