sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Amuleto Marcelo Mattos faz a diferença, mas crê em acaso

Rio de Janeiro (RJ)
Desde agosto de 2010, Marcelo Mattos virou sinônimo de sucesso no Botafogo. Nesse tempo, a presença do volante nos gramados praticamente selou os rumos do Botafogo nos confrontos. O time não perdeu em nenhuma das 19 vezes que Mattos esteve em campo. Sem ele, três derrotas no último Brasileiro. Na quarta-feira, após o empate em 1 a 1 contra o Bangu, Joel Santana não pensou muito para citar a ausência do jogador, poupado por dores no pé direito, como determinante para o tropeço. Amuleto ou não?
Parece exagero alegar que o time fica mais frágil apenas pela ausência de um determinado homem de marcação. Porém, Marcelo Mattos se encaixa perfeitamente no perfil de jogadores que garantem o sucesso dos times de Joel, conhecidos pela ênfase na defesa. Primeiro homem de marcação que consegue dar suporte à zaga, Mattos está à vontade no esquema 3-5-2 e, de quebra, ganhou a braçadeira de capitão pela influência positiva que exerce. Certamente, a humildade foi um ponto que fez a diferença.
- Essa invencibilidade é uma coincidência que ainda continua. Vou perdê-la um dia e trocaria a sequência por um título - comentou.
Se para Mattos a boa fase tem toques do acaso, uma análise da equipe mostra que o amuleto alvinegro ganhou o apelido por méritos próprios. O jogador acertou 92% dos 133 passes dados neste Carioca e teve êxito em 82% dos 11 desarmes, entre outras estatísticas expressivas. Por isso, o Botafogo tenta segurar Mattos por mais tempo. E o volante é grato.
- Quero escolher o rumo da minha vida e desejo muito continuar no Botafogo - disse o atleta, que está emprestado pelo Panathinaikos (GRE) até o fim de junho.
Contra o Fluminense, a invencibilidade será colocada à prova diante de um rival de peso. Algo visto como natural pelo volante:
- Vim aqui para isso, lutar pelo máximo. Esse é o meu normal.
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1) Qual é a diferença de jogar com a braçadeira de capitão? Tento passar minha experiência, aquilo que aprendi na vida.
- Fico feliz por isso, pois recebo a confiança de todos. A escolha do Joel me deixou muito feliz.
2) O time pode mudar muito com a chegada do volante Arévalo Ríos?
- Não sei como ficará agora. Essa situação tática será definida pelo Joel Santana. Arévalo tem qualidade e vai nos ajudar na temporada.
3) Se for preciso, você atuará improvisado como zagueiro?
- Já joguei como zagueiro de sobra, atrás dos zagueiros. Só que tem tempo que eu não faço essa função. Se o Joel pedir, tentarei me adaptar. Minha função é ajudar o grupo da melhor forma possível.
4) O sucesso pelo Botafogo é algo inesperado ou você acreditava que daria para cair nas graças da torcida e do técnico Joel Santana em tão pouco tempo?
- Não cheguei despreparado no Botafogo. Aos 26 anos, tenho uma longa história para contar no futebol. Encontrei no clube um lugar muito bom para trabalhar. Fui bem recebido, estava com a cabeça boa e me preparei fisicamente. Acredito que tudo deu certo para mim por aqui.