terça-feira, 24 de novembro de 2015

Hexa com chocolate!

A época é de Natal, a Páscoa já passou.
Só que não avisaram o time misto do Corinthians, com nada menos que oito jogadores diferentes em relação ao jogo contra o Vasco.
A missão deles, não perder no dia da festa do hexacampeonato para o arquirrival São Paulo em luta pelo G4, era complicada.
Empatar estaria de bom tamanho. Vencer seria divino.
Mas Bruno Henrique, Romero, Edu Dracena, Lucca e Cristian, nenhum deles titular, fizeram mais, muito mais. Fizeram 6 a 1 no São Paulo.
Não bastasse a goleada história e impiedosa, Cássio, o único titular remanescente do bicampeonato mundial, ainda defendeu um pênalti cobrado por Alan Kardec, cujo gol, pelo Vasco, em 2007, praticamente derrubou o Corinthians e, na quinta-feira passada, marcou duas vezes para tirar o Galo do páreo.
O jogo foi de um time só, do campeão brasileiro de 2015, agora com 80 pontose 70 gols, saldo de 42.
Um chocolate como poucas vezes se viu num clássico do futebol mundial, desses que serão lembrados para sempre, como o 7 a 1 no Santos, para não falar de outro num momento destes.
Falar de Tite é chover no molhado, mas obrigatório.
A confiança dele no padrão que estabeleceu para o time é tamanha que pôs para jogar dois laterais que não jogavam havia tempo (Fágner e Uendel); não escalou o paredão Gil, para poupá-lo, além de Elias e Renato Augusto, todos vindo de jogos na terça-feira e na quinta; mas deixou de fora também Jadson e, se não bastasse, Vágner Love.
O veterano Danilo entrou para fazer 90 minutos e coroou sua participação com o passe de calcanhar para Lucca fazer 4 a 0, no segundo tempo.
Ah, sim, porque o vareio de bola foi na base do vira três acaba seis, como se seis fosse um número mágico no ano do hexa.
Lucca e Romero nos lugares de Love e Malcom parecia um exagero. Qual o quê!
Os dois jogaram uma barbaridade e o quase pequeno paraguaio ainda fez um gol de cabeça no grandão Lucão, que de aumentativo só tem o nome e talvez preferisse se chamar Lucca.
Com seis (olhaí de novo) pontos a ainda a disputar, o Corinthians precisa de apenas mais um, contra o Sport, no Recife, ou, em Itaquera, contra o Avaí, para passar a ter a melhor campanha da história do Brasileirão com 20 times em pontos corridos.
O corintiano gosta de cantar que é maloqueiro e sofredor, embora não tenha sofrido quase nada neste campeonato e agora desfrute de uma casa que chama de Palácio de Mármore.
Desde 1990, quando comemorou seu primeiro Brasileirão, tem festejado o título do campeonato mais importante do país, em média, a cada quatro anos, para não falar de Libertadores, Mundiais de Clubes, Recopa Sul-Americana, cuja importância maior esteve exatamente no fato de ter sido obtida contra o São Paulo.
Imagine o dia em que o futebol corintiano tiver uma administração profissional de cima abaixo, com capacidade de explorar o que o maior mercado consumidor do Brasil pode proporcionar.
Aí se poderá cumprir o que um dia foi prometido e ficou na promessa: fazer do Corinthians uma das maiores potências do futebol mundial.