sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A cabeça de João Baptista

João Baptista pregara contra o casamento do Rei Herodes com Herodias. Foi parar na prisão. Ela o detestava, e numa festa de aniversário, sua filha, Salomé, protagonizou uma insinuante dança. Herodes, então, prometeu-lhe o que desejasse. Após consultar a mãe, Salomé solicitou a cabeça de João. O Rei não queria matá-lo, mas como voltar atrás na promessa feita ante tantos convidados. Assim, João foi decapitado e sua cabeça entregue numa bandeja.
O ritual é comum até hoje. Em empresas, em escolas, em ambientes de todos os tipos. No chamado mundo corporativo então.... Quando as coisas não vão bem, alguém pode pagar a conta. Ou alguém tem mesmo que pagar a conta! Culpado ou inocente, um aluno, um funcionário, um professor, um político, um atleta. Um técnico! Ah, os "professores". Todos eles são um pouco "João Baptista", merecidamente, ou não. E há casos em que dirigentes ficam mais ou menos na posição de Herodes.
A torcida, mãe e madastra, incentivadora e perseguidora, que ama e odeia visceralmente, incorpora Heroidas fácil e frequentemente. E não hesita ao pedir a cabeça de um "João Baptista" qualquer. Seja ele o grande responsável pelo que a desagrada, ou não. E se Herodes não queria perder o prestígio diante de seus convidados, os cartolas não admitem ficam mal com torcedores e a imprensa, que muitas vezes dança como Salomé, a provocar nova "tragédia".
REPRODUÇÃO
Passagem bíblica se repete no sentido figurado na vida e no futebol
Passagem bíblica se repete no sentido figurado na vida e no futebol: alguém tem que pagar