sexta-feira, 19 de junho de 2015

Rivaldo cumpre promessa, e Mogi Mirim agora tem o ingresso mais caro do Brasil

HELIO SUENAGA/GAZETA PRESS
Rivaldo comprou uma briga com a torcida, que sofre as consequências na bilheteria
Rivaldo comprou uma briga com a torcida, que sofre as consequências na bilheteria
A guerra entre Rivaldo e grande parte da torcida do Mogi Mirim ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira. Um dia depois de desabafar e desafiar o público, o pentacampeão mundial cumpriu com a promessa e inflacionou de maneira astronômica os ingressos para as partidas do clube. Para assistir a um jogo no Estádio Romildão, o interessado deve gastar 'apenas' R$ 100,00.
Como o espaço possui apenas arquibancadas, o preço médio assusta até na comparação aos grandes clubes do Brasil. Notabilizado pelo próprio torcedor por possuir os ingressos mais caros, o Palmeiras - alvo constante de protestos em virtude da política adotada pelo Paulo Nobre - cobra em média R$ 65,44, segundo número apresentado pela Footstats.
Para grau de comparação com equipes da mesma divisão, apenas Paraná e Bahia cobram tais valores, mas em setores específicos - cadeiras, na Vila Capanema, e setor VIP, na Fonte Nova. O Santa Cruz, por outro lado, mantém a política de ingressos baratos e coloca à venda bilhetes por apenas R$ 20,00.
Sobre a média no preço dos ingressos, o Paysandu lidera a Série B como o clube que mais 'cobra' - antes da decisão tomada pelo Mogi nesta quinta. Para comparecer a um jogo do clube paraense, o torcedor deve gastar em média R$ 21,60.
Em nota publicada no site oficial, a diretoria do Mogi Mirim culpou a própria torcida pela decisão e aumentou o preço já para o confronto diante do Série B, marcada para o próximo dia 27, às 16h30 (de Brasília). O público que possuir o benefício da meia-entrada pagará R$ 50,00.
"Para atrair o público a diretoria fez várias tentativas de promoção. Colocou o valor do ingresso no limite mínimo estabelecido pela Confederação Brasileira de Futebol e na partida disputada contra o Vitória, a diretoria subsidiou parte dos ingressos e trocou os mesmos por alimentos que foram doados para o Lar Maria de Nazaré e mesmo assim, o público foi pequeno", publicou, em nota, o clube do interior paulista.
De fato, o público do Mogi Mirim tem decepcionado. Em quatro partidas disputadas na Série B do Brasileiro, a média de público mal chega aos 1.000 pagantes (827). Segundo os borderôs divulgados pela Confederação Brasileira de Futebol, o prejuízo acumulado já chega a R$ 41.394,53 - em todos estes duelos, o ingresso custou R$ 20,00.
Devido aos fracos números, Rivaldo anunciara logo após o confronto diante do Vitória a readequação do valor. "Eu quero ver se pagariam R$ 100 ou R$ 50 (pelos ingressos), quero ver se (os torcedores) têm amor como eu tenho pelo Mogi Mirim. Eu vou fazer o máximo que eu puder", disse.
Na nota divulgada desta quinta, o Mogi Mirim se defende da manobra e diz apenas repetir o valor apresentado pelos outros clubes da Série B. Entretanto, a média inédita de R$ 100 - em todos os outros jogos, o preço dos bilhetes era único - torna os ingressos da equipe os ‘mais caros do Brasil'.
Resta agora testemunhar qual será a resposta do torcedor do Mogi Mirim, que agora precisará pagar um valor bem alto para prestigiar a equipe no Campeonato Brasileiro da Série B.