sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Na boa estreia de Pratto, Galo surpreende com ritmo de competição em massacre sobre o Shakhtar

O melhor time do último trimestre do ano passado nem parece que voltou das férias. Em ritmo de competição, com altíssima intensidade, atropelou o Shakhtar Donetsk no Independência.
Sim, o time ucraniano parece sentir a série de amistosos no calor brasileiro. Jogou bem mais espaçado que contra Bahia e Flamengo. Não tira, porém, os méritos da equipe de Levir Culpi.
Da base campeã da Copa do Brasil, apenas uma mudança: Lucas Pratto, principal contratação até aqui, na vaga de Tardelli, que partiu para a China. Características bem diferentes, mas a adaptação foi boa no primeiro teste.
Porque o argentino, ex-Vélez Sarsfield, não é um primor de técnica, mas deu sequência às jogadas como pivô e em alguns momentos abriu espaços para as infiltrações em diagonal de Luan e Carlos ou as aparições de Dátolo pelo centro, na execução do 4-2-3-1 atleticano.
Mais importante: o time mineiro volta a ter uma referência na área adversária para os muitos cruzamentos. Ou mesmo a cobrança forte de lateral de Marcos Rocha, que achou Pratto logo aos 17 minutos. Desvio na primeira trave que encobriu Pyatov.
Bom início do centroavante que tem tudo para aproveitar o presente que está recebendo: time armado, entrosado e confiante, que alterna bem troca de passes com jogadas aéreas. Muito volume ofensivo, especialmente pelas laterais, que beneficia qualquer típico camisa nove.
GOL esfriou o bom início do Shakhtar, tentando igualar na intensidade e aproveitar a rapidez na frente do quarteto ofensivo brasileiro: Douglas Costa, Alex Teixeira, Bernard e Luiz Adriano, mais a aproximação de Fred. Como o Galo avançava a marcação e a defesa acompanhava para fazer a compactação, a transição rápida surpreendeu o sistem defensivo atleticano em alguns momentos de falta de coordenação.
Até o frango constrangedor de Pyatov no chute de Carlos no final do primeiro tempo. Disputa resolvida nos acréscimos em nova jogada aérea, desta vez pela esquerda que encontrou Leonardo Silva.
OLHO TÁTICO
Galo no 4-2-3-1 com Pratto como referência na frente para as muitas jogadas pelos flancos; Shakhtar espaçado, mas rápido no ataque com brasileiros.
Galo no 4-2-3-1 com Pratto como referência na frente para as muitas jogadas pelos flancos; Shakhtar espaçado, mas rápido no ataque com brasileiros.
O segundo tempo serviu para mostrar por que os times brasileiros brigam tanto por atacantes de velocidade: quase todos foram para a Ucrânia. Ainda entraram Wellington Nem e Taison. Time rápido que fez Victor trabalhar e diminuiu no final com os GOLS de Gladkiy e Fernando (pênalti), mas que sente falta de um articulador de trás para mudar o ritmo quando necessário. Como agora, que o desgaste bate forte.
Levir Culpi também rodou o elenco. E Dodô mais uma vez apresentou a combinação de inteligência, velocidade e técnica que chamou atenção no ano passado. Assim como Jemerson e Carlos, é fruto do belo trabalho que o Galo realiza nas divisões de base. Em rápido contragolpe, o meia fez o quarto GOL com rapidez e conclusão precisa.
A primeira impressão que o Atlético Mineiro deixa é a melhor entre os principais times brasileiros até aqui. Mais pelo desempenho que por conta dos 4 a 2. É cedo, não garante sucesso na temporada. Mas um começo de ano tão bom quanto o final do anterior não deixa de ser uma ótima notícia.