terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Está na hora de pensar fora da caixa: por que não testar Ralf como zagueiro?



No Barcelona, Pepe Guardiola deslocou o volante Javier Mascherano para ser zagueiro. No Bayern, ele segue com muitas inovações, como o posicionamento no meio-campo de David Alaba e Philipp Lahm.
No Manchester United, Louis van Gaal busca alternativas para escalar o time com três defensores e um meio-campo extremamente ofensivo. Assim, coloca como alas Ashley Young, Antonio Valencia, Adnan Januzaj...
Ángel di María, no Real Madrid de Carlo Ancelotti, deixou de ser um ponta e se tornou um jogador fundamental no meio merengue. Segue assim no United.
Edinson Cavani, pela seleção uruguaia, foi deslocado para o lado de campo por Óscar Tabárez e assim seguiu no Paris Saint-Germain de Laurent Blanc.
Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos deixaram de ser meias-atacantes para se tornarem meio-campistas espetaculares.
Acima, citei vários exemplos de mudanças táticas que aconteceram pelos mais variados motivos, dentro de circunstâncias específicas e com mentalidades diferentes entre os treinadores. Nem todos casos funcionaram perfeitamente.
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No entanto, há uma similaridade em todos os casos: os técnicos pensaram fora da caixa. Buscaram o novo.
Dentro desse conceito, diante do problema que o Corinthians ganhou com a saída inesperada de Anderson Martins e a indicação de que não vai ao mercado, seguirá apenas com Gil, Felipe e Yago: por que não testar Ralf como zagueiro?
Aos 30 anos, o jogador não tem mais o mesmo vigor físico de alguns anos atrás. Seu rendimento no meio-campo caiu muito nas duas últimas temporadas, e a tendência de meio-campistas que atacam e marcam com a mesma eficiência não combina muito com Ralf.
No entanto, Ralf ainda tem condição de ser um excelente marcador em um sistema defensivo protegido e, apesar da altura apenas boa (1m82), possui ótimo tempo de bola e vai bem pelo alto. O já citado Mascherano tem 1m71 e um dos maiores zagueiros da história do Corinthians, Carlos Gamarra, tem 1m80.
Essa opção geraria uma ruptura na visão predominante de se enxergar futebol no Brasil. Provacaria reações raivosas de jornalistas tradicionais e torcedores que acreditam ser o 4-4-2 única forma de jogo. Logo o termo "Professor Pardal" seria recuperado, mas nunca utilizado para um treinador europeu. Por aqui, o técnico precisa ter coragem para bancar a inovação, e isso o Tite tem.
Ralf pode ser a opção para formar a zaga com Gil. Precisa treinar assim e ser testado, antes de qualquer conclusão.