quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Fluminense, sem lenço e sem documento. Sai a Unimed, entra o SUS?

Porque hoje é um novo dia de um novo tempo... Pois é, o Fluminense tem razões de sobra para comemorar as festas de fim de ano.
Depois de 15 anos, a lua de mel com a Unimed foi solenemente para a cucuia. Agora, a equipe das Laranjeiras terá de andar com as próprias pernas. Mas dificilmente dará os primeiros passos sem muletas. A saúde financeira do clube está na UTI.
Apesar das palavras otimistas do mandachuva e raios Peter Siemsen, num jogo de cena de teatro mambembe para a torcida, a verdade é que o Tricolor não se preparou em nenhum momento para o divórcio.
Belo e formoso, o clube ficou à sombra do guarda-sol dos milhões e milhões de reais da cooperativa de médicos. Por contrato, a empresa tinha a obrigação de investir pelo menos R$ 20 milhões apenas em direitos de imagem, mas sempre dava uma forcinha extra.
Graças ao aporte do café no bule, o presidente da Unimed, Celso Barros, deitou e rolou nas Laranjeiras. Sois rei. Poderoso chefão.
Desde que fechou o acordo com a empresa, o Fluminense conquistou três Carioquinhas (2002/05/12), uma Copa do Brasil (2007) e dois Brasileiros (2010/12), além da Série C (1999) e de várias vitórias no glorioso tapetão.
Sem lenço e sem documento, o Fluminense agora deve perder as chuteiras mais qualificadas - Fred ‘Slater', Conca, Sobis, Cavalieri, Gum, Diguinho e Valencia.
Somente o centroavante e o argentino custavam mais de R$ 1,3 milhão por mês à patrocinadora. Incluídos os outros atletas, o esquindolelê subia para R$ 5 milhões.
Fred ‘Slater' recebe R$ 650 mil da Unimed e R$ 300 mil do Fluminense (R$ 100 mil em carteira e R$ 200 mil de imagem). Já a rescisão de Conca é de R$ 12 milhões.
Porque hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser, quem vier... Sai Unimed, entra SUS?
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Café no bule 1. Bem que os jogadores da Raposa tentaram convencer o diretor Alexandre Mattos a continuar mais uma temporada na Toca e esquecer a transferência para o Palmeiras. Mas o tilintar das moedas soou como sino de igreja. O nobre presidente Paulo Nobre teria oferecido R$ 210 mil por mês, três vezes mais do que o Cruzeiro vinha pagando. De quebra, Mattos ainda será contemplado com um carro zero, mais gasolina. Na Raposa, Mattos contratou 40 jogadores. Os mais caros: Dedé (R$ 14 mi), Willian (R$ 10,5 mi), Manoel (R$ 7,5 mi) e Dagoberto (R$ 7 mi).
Sugismundo Freud. A desesperança e a tristeza caminham juntas.
Café no bule 2. Até a confirmação da volta de Tite ao Corinthians e o acerto de Mano Menezes com outro clube, o bicampeão Marcelo Oliveira vai liderar o ranking dos ‘professores' mais bem pagos do esporte bretão nacional. Seu salário na Raposa passou de R$ 450 mil para R$ 600 mil, mais prêmios por conquistas. Que belo caviar!
Zé Corneta. Na incrível velocidade de um bicho preguiça master, o governo fez uma correção genial no Bolsa Atleta: quem for pego no antidoping não poderá receber o benefício.
Vassourada. Um dia de grandes emoções no Botafogo. Depois da dispensa do ‘professor' Vagner Mancini e do diretor Wilson Gottardo, uma barca com 17 atletas: Alex, Anderson, Bruno Corrêa, Bolatti, Carlos Alberto, Ferreyra, Hygor, Junior César, Mario Risso, Maikon, Ramírez, Rogério, Rodrigo Souto, Ronny, Wallyson, Yguinho e Zeballos. A Justiça do Trabalho vai ter de fazer hora extra.
Dona Fifi. Federação Italiana deu péssimo exemplo ao eldorado da pátria das chuteiras furadas: tirou um ponto do Parma por atrasar dois meses de salários. Se a moda pega, o Brasileirão terá meia dúzia de clubes em 2015.
Bem, amiguinhos. A disputa da Série B do Brasileiro em 2015 será uma autêntica Copa do Nordeste. Nada menos que oito times do pedaço entrarão em campo: Bahia, Vitória, ABC, Ceará, CRB, Náutico, Santa Cruz e Sampaio Corrêa, recorde de representantes desde que a competição passou a ser disputada por 20 times no sistema de pontos corridos (2006).
Twitface. Ricardo Drubscky não renovou com o Goiás. Em 43 jogos, 15 vitórias, nove empates e 19 derrotas. Já acertou com o Vitória.
Bem, diabinhos. Após um final de ano glorioso, com direito a rebaixamento para a Série B, Vitória e Bahêa quebram o coco sem água: preparam lista de dispensas. Pelo menos 30 jogadores devem ser convidados a procurar outra freguesia. No Tricolor, 18 estão no alvo do desemprego, entre os quais Fahel, Henrique, William Barbio, Marcos Aurélio e Maxi Biancucchi. Já a barca rubro-negra deve abrigar pelo menos 12 - Richarlyson, Dão, Cáceres, Marcinho, Dinei, Romário e outros menos votados.
Caiu na rede. O Palmeiras só não foi rebaixado porque os baianos chegaram primeiro e ocuparam o lugar.
Gilete press. Do pequeno grande Tostão, na ‘Folha': "É fundamental a presença, nos clubes, de bons diretores executivos. Mas dizer que Alexandre Mattos, excelente profissional, é o principal responsável pela formação do elenco e pela conquista do bicampeonato, e que seria o salvador do Palmeiras, é um exagero, uma distorção. É a repetição da supervalorização que os treinadores tiveram, décadas atrás, que dura até hoje, quando os resultados e as análises das partidas passaram a ser feitas a partir da conduta dos técnicos. Isso fez mal ao futebol. Os novos diretores executivos são contratados como se fossem estrelas e já ganham mais que os grandes executivos das maiores multinacionais." Bingo!
Tititi d'Aline. Os botinudos que se cuidem: o moleque Neymar está uma fera. Ele aproveitou os momentos de folga no Barcelona para tatuar um tigre ao longo braço esquerdo. Trabalho de Miguel Bohigues. É o 15º carimbo no corpo da pérola brasileira. A primeira vítima foi o PSG.
Você sabia que... o governo decidiu comprar nove mil bombas de gás lacrimogênio e 1.350 sprays de pimenta para utilizar no treinamento da tropa que cuidará dos Jogos de 2016, no Rio?
‘Bola de ouro'. COB. Capitaneado pelo irrequieto e interminável Carlos 'Rolando Lero' Nuzman, o dadivoso COB (caixinha, obrigado Brasil) ignorou pedido da geração dourada do basquete, bicampeã mundial (1959/63) e dois bronzes olímpicos (1960/64), para ser homenageada na festa dos melhores do ano. Explicação: oba-oba é somente para os medalhistas internacionais mais recentes.
Bola de latão. Dorival Júnior. Resolveu pegar a metralhadora e atirar para todos os lados. Só se esqueceu do próprio pé. Campanha ridícula no Palmeiras.
Bola de lixo. Vanda Gomes. A velocista paranaense foi flagrada no antidoping e deve pegar dois anos de gancho. Vanda entrou na mira da confederação a partir de uma denúncia.
Bola sete. "Eu acho que devemos criar um teto salarial para técnico, no máximo R$ 300 mil mensais. Também é uma loucura pagar mais de R$ 10 milhões de luvas para prorrogar o contrato de um jogador" (do diretor financeiro Raul Correa, do Corinthians, condenando o investimento em Tite e Guerrero - é vero).