sábado, 12 de julho de 2014

Nem sempre é melhor ser quarto do que ser sexto colocado. O Brasil 2014 revela a contradição dos números

Voltar à semifinal de uma Copa do Mundo depois de doze anos seria bom. Talvez o primeiro passo para voltar à decisão daqui a quatro anos. Mas o sentimento não é esse. Foi muito pior o quarto lugar de 2014 do que o sexto lugar de 2010 ou o quinto lugar de 2006. Não foi bom!
A melancólica apresentação contra a Holanda na decisão de terceiro e quarto lugares mostra isso. O Brasil sofreu o primeiro gol quando subiu sua marcação para pressão e a bola lançada pelo goleiro Cillessen produziu o contra-ataque que terminou com pênalti -- na verdade, falta fora da área vista como pênalti pelo árbitro argelino.
Não importam nem sequer os erros de arbitragem e o segundo gol ter começado com impedimento. De novo, a seleção falhou. Errou passes, não teve criatividade, não conseguiu penetrar na defesa holandesa, ofereceu sua defesa à velocidade de Robben, o melhor da partida.
Já se falou sobre repensar. É o que deve acontecer.
Há, no entanto, lembranças do que se falou antes importantes para achar o tom certo entre o desespero e a esperança. Nunca uma seleção chegou ao título com suas principais referências aos 22 anos. Nem o Brasil de 1958, porque Didi foi, aos 29, o melhor jogador da Copa, não Pelé aos 17.
Daqui a quatro anos, Neymar e Oscar terão 26 anos. Podem ser referências melhores pela idade, desde que o time chegue mais sólido, mais seguro.
O Brasil não acabou. A Copa sim. A melancolia e a certeza de que é preciso fazer um trabalho melhor ainda vai permanecer por um bom tempo.


12/julho/2014
BRASIL 0 x 3 HOLANDA

Local: Mané Garrincha (Brasília); Juiz: Djamel Haimoudi (Argélia); Público: 69.349; Gols: Van Persie (pênalti) 2, Blind 15 do 1º; Wijnaldum 45 do 2º; Cartão amarelo: Thiago Silva, De Guzman, Oscar, Fernandinho, Robben
BRASIL (4-2-3-1): 12. Júlio César (5,5), 23. Maicon (5), 3. Thiago Silva (5,5), 4. David Luiz (5) e 14. Maxwell (5,5); 17. Luiz Gustavo (5,5) (5. Fernandinho, intervalo (5)) e 8. Paulinho (5,5) (18. Hernanes 12 do 2º (6)); 16. Ramires (5) (7. Hulk 28 do 2º (4,5)), 11. Oscar (6) e 19. William (5); 21. Jô (4). Técnico: Luiz Felipe
HOLANDA (3-4-1-2): 1. Cillessen (6,5), 3. De Vrij (6,5), 2. Vlaar (7) e 4. Martins Indi (5,5); 15. Kuyt (5,5), 20. Wijnaldum (6), 16. Clasie (6,5) (13. Veltman 45 do 2º (sem nota)) e 5. Blind (6,5) (7. Janmaat 25 do 2º (6,5)); 8. De Guzman (5,5); 11. Robben (7) e 9. Van Persie (6,5). Técnico: Louis Van Gaal
Homem do jogo FIFA - Robben
Homem do jogo PVC - Robben
57% x 43%