quinta-feira, 24 de julho de 2014

Imbróglio finalmente termina, e Portuguesa é mantida na Série B após abandono de jogo

PEDRO HENRIQUE TORRE/ESPN.COM.BR
Ilídio Lico, presidente da Portuguesa, durante julgamento no STJD
Ilídio Lico, presidente da Portuguesa, durante julgamento no STJD
O episódio de abandono da Portuguesa na estreia da Série B do Campeonato Brasileiro finalmente chegou ao fim no Superior Tribunal da Justiça Desportiva. O clube foi mais uma vez julgado na tarde desta quinta-feira e obteve algumas pequenas vitórias. Os auditores reduziram pela metade a multa do clube e para 180 dias as suspensões aos dirigentes, mantendo as multas aplicadas a José Ilídio e Marcos Rogério Lico. Com a decisão, a Lusa segue na segunda divisão do futebol brasileiro.
Em primeira instância, a Lusa foi punida com multa de R$ 50 mil e perda de 3 pontos, com declaração de vitória por 3 a 0 do Joinville. O presidente do clube, José Ilídio, foi suspenso por 240 dias e punido com a multa máxima de R$ 100 mil. Também denunciado, o dirigente Marcos Rogério Lico, filho do presidente do clube, também pegou 240 dias de gancho e multa de R$ 80 mil, enquanto o técnico Argel Fucks recebeu suspensão de quatro jogos.
A confusão maior começou no dia 7 de maio, quando a Portuguesa abandonou o duelo contra o Joinville, pela primeira rodada da Série B. O time paulista se retirou de campo aos 17 minutos de jogo, após o dirigente Marcos Rogério Lico anunciar que acataria uma liminar da justiça comum, que tentava recolocar o time na primeira divisão.
A Portuguesa foi rebaixada nos tribunais no fim de 2013 pela escalação irregular do meia Héverton. O caso gerou muitos desdobramentos na Justiça e acabou acarretando o abandono de jogo em maio.
GAZETA PRESS
Portuguesa abandonou jogo na 1ª rodada
Portuguesa abandonou jogo na 1ª rodada
Nesta quinta-feira, Paulo Schmitt, procurador geral do STJD, reforçou a gravidade do ato da Portuguesa ao abandonar o campo e pediu uma punição mais severa ao clube. "Ao ver da procuradoria, não há hipótese que essa pena seja considerada válida e satisfatória. A procuradoria pede que apliquem o código da FIFA caso não se sintam confortáveis em excluir o clube da competição', disse Schmitt. A Portuguesa poderia até ser rebaixada para a Série C.
Logo após, o advogado José Luiz Ferreira de Almeida teve a palavra e sustentou o pedido de reformulação das penas aplicadas contra o clube. "Como vice-presidente jurídico da Portuguesa afirmo que o clube está sempre à disposição para esclarecer os fatos. A Portuguesa novamente e incisivamente reitera com todas as letras que não agiu de má fé e não tentou prejudicar o Joinville ou qualquer clube. As punições aplicadas em primeira instância foram excessivas e devem ser reformuladas. Foi aplicada multa total de R$ 230 mil a um clube que recebe 270 mil por mês para jogar a Série B", defendeu.
Dos sete auditores presentes no julgamento desta quinta, todos votaram para reduzir pela metade a multa da Portuguesa. Já com relação aos dirigentes, quatro auditores reduziram de 240 para 180 dias as suspensões. Por maioria dos votos, os auditores mantiveram a perda de três pontos pela Lusa e as multas de R$ 100 mil a José Ilídio e R$ 80 mil a Marcos Rogério Lico. As suspensões entram em vigor 24h após a decisão do Pleno.


Anunciado como novo técnico do Figueirense, Argel não foi intimado pela Portuguesa e, por não ter conhecimento do julgamento do recurso, o caso do treinador foi retirado de pauta e deve ter desfecho na próxima sessão do Pleno.