sábado, 7 de junho de 2014

Prandelli chega otimista para a Copa, pessimista para o Flu

MANGARATIBA - Se os amistosos de preparação servem para identificar falhas e apontar caminhos para corrigi-las, Cesare Prandelli certamente teve material para pensar. Nas horas que antecederam o embarque para o Brasil, enquanto os jogadores descansavam, o técnico via e revia o amistoso contra Luxemburgo, para compreender que alguns de seus testes deram certo e outros nem tanto.
É nessa compreensão que reside o otimismo do treinador, demonstrado na primeira entrevista coletiva na Casa Azzurri, estrutura montada em Mangaratiba para atender à imprensa. "Uma vez que você identifica os pontos em que precisa melhorar, seu ânimo só pode ser de otimismo. A estrutura é ótima, ideal para o ínicio da preparação de fato", avaliou.
O ponto positivo, para Prandelli, diz respeito à formação inicial contra Luxemburgo, com cinco homens no meio-campo (De Rossi, Pirlo, Verratti, Marchisio e Candreva) e Balotelli sozinho no ataque: "Revi a partida e notei que o objetivo foi alcançado: por uma hora não permitimos contragolpes, recuperamos a bola no ataque, criamos chances de gol".
Mais problemática na visão do comandante foi a alternativa com Balotelli e Cassano. Uma tentativa de deixar o time mais criativo que não deu o resultado esperado. "O time se desequilibrou depois da entrada de Cassano. Falta atenção nas coberturas", justificou.
Apesar das observações, Prandelli não quis confirmar qual será o módulo usado contra a Inglaterra, em Manaus. Mas uma coisa é certa: Marco Verratti terá um papel importante. O volante do PSG tem sido um dos destaques do período de preparação: "Ele tem muitos recursos, não dá uma referência precisa aos adversários. Mas temos de entender que é preciso ousar, tentar algo diferente, e que só a individualidade não basta".
Com o 4-5-1 e suas variações, a intenção é criar situações de superioridade numérica para permitir que o time tenha o controle da posse de bola e possa ditar o ritmo das partidas. Equilibrar este formato com a objetividade necessária para vencer jogos - algo que a Azzurra não faz desde setembro de 2013 - é o principal desafio dos próximos dias de treinamentos.
Papelão à vista - Se as palavras de Prandelli são positivas para a Copa do Mundo, o mesmo não pode ser dito sobre o amistoso deste domingo contra o Fluminense, em Volta Redonda. Na entrevista coletiva desta sexta-feira, questionado pelo blogueiro sobre o risco de enfrentar um adversário motivado, que levará a partida muito a sério, o treinador tratou de diminuir as expectativas sobre seus comandados.
"Ano passado empatamos com o Haiti, 2 a 2, e fizemos um papelão. Deve ser a mesma coisa domingo", alertou. Treinando em dois períodos desde a apresentação em Coverciano, a Itália tem alternado os trabalhos táticos com o aprimoramento da condição física de seus jogadores, pensando no desgaste que virá pela frente. É possível que um time mais jovem entre em campo diante do Flu.
E por que a escolha do adversário? "Queríamos chegar com um choque. Entrar logo no clima do país. É nas dificuldades que aprendemos e sabemos onde melhorar".


Para um amistoso com expectativa de casa cheia, o cenário está desenhado: espere o pior, e qualquer coisa diferente disso é lucro. Afinal, não é de hoje que os italianos guardam o melhor para o jogo que vale.