Um jornalista inglês foi destratado na coletiva de imprensa do Uruguai. Motivo? Perguntou a Diego Lugano sobre Luís Suárez e a já famosa mordida em Chiellini. A resposta do capitão da Celeste: "Que incidente? Você está falando da Premier League ou da seleção? A imagem de ontem nada mostra", argumentou, após se referir à mordida anterior protagonizada pelo centroavante, em jogo do campeonato inglês pelo Liverpool, quando Invanovic, do Chelsea, sentiu a força dos incisivos de Luisito.
Suárez foi punido por dez jogos por aquela atitude inexplicável, que não foi inédita. Então no PSV, Otman Bakkal também foi atacado pela arcada dentária do uruguaio quando este era do Ajax. Lugano foi ríspido com o jornalista britânico e acusou os meios de comunicação da Inglaterra de perseguirem seu colega de time.
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Diego Lugano em entrevista coletiva em Natal: minimizando o erro do companheiro
O zagueiro entrou em uma dúzia de jogos antes de ser dispensado pelo West Bromwich. Viveu o último ano na Inglaterra. Deve ter percebido o quão respeitado e idolatrado é Luisito por lá. Escolhido o melhor jogador do último campeonato inglês e elogiadíssimo pelos seus feitos na cancha. Mas isso não o livra de críticas quando tem atitudes erradas. E morder o adversário obviamente não é certo.
O capitão da Celeste minimizou a atitude do colega de time, apesar das imagens que correm o mundo e mostram Chiellini sendo abocanhado pelo uruguaio dentro da área italiana. Algo absurdo e que ficou bizarro quando apontou a imprensa mundial como responsável pela polêmica. Como ignorar a mordida? Se tal episódio repercute mais do que o heróico 1 a 0 da Celeste, o responsável não seria quem o protagonizou?
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Suarez e Chiellini após a mordida no zagueiro durante a derrota da Itália para o Uruguai
Não foi só. Além de não tratar com a devida educação o jornalista inglês, que lá estava fazendo o seu trabalho e levou questionamentos pertinentes; o jogador uruguaio foi apoiado por alguns integrantes da imprensa do país. Jornalistas agindo como porta-vozes, incapazes de tocar na ferida, de perguntar o óbvio, aparentemente nem um pouco interessados em saber os motivos pelos quais Suárez fez aquilo.
Inacreditável que em pleno século 21 um repórter escalado para cobrir uma Copa do Mundo não queira saber o que leva o mais importante atleta de uma seleção a se recuperar de cirurgia em tempo recorde e praticamente jogar tudo isso fora. Jornalistas agindo como torcedores, que parecem se sentir integrantes da delegação nacional. Não, isso não é exclusividade de alguns colegas uruguaios, a chapa branca existe em vários países. Há quem sinta prazer nisso. Deveriam mudar de profissão.
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Suárez teria mordido Chiellini em jogo que Uruguai venceu Itália: polêmica
Apenas 24 horas depois de acompanhar no estádio uma vitória tão bonita do Uruguai, que me motivou a escrever em homenagem à Celeste - clique aqui e leia - foi decepcionante testemunhar aquilo. Aquelas pessoas parecem estar nos tempos em que a rivalidade sul-americana levava muitos a atitudes absurdas. Gente querendo se apoiar em recursos pseudo-psicológicos na linha "o mundo inteiro está contra nós, então vamos nos unir e seremos mais fortes". Antigo, pobre de espírito, tosco.
Imagine um jornalista uruguaio sendo mal tratado numa coletiva da Alemanha, da Argentina, da Inglaterra, da França, da Itália... Como repercutiríamos? O fato de o Uruguai ser um país pequeno, de jogadores que atuam como guerreiros, de um time que se supera, não dá direito a eles de agirem como agiram.
Dentro de campo esse Uruguai é empolgante, emocionante até. Fora dele, o ideal talvez fosse que nos dias sem partida a agenda fosse como a desta quinta-feira: treino fechado sem qualquer contato com a imprensa. Melhor assim.
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