A terceira maior virada da história das Copas e a maior derrota da Espanha em 51 anos! E a Holanda nem foi perfeita

O campeão mundial nunca tinha levado 5 x 1 na Copa seguinte. O pior revés havia acontecido em 1958, quando a Alemanha vencedora quatro anos antes caiu para a França na decisão de terceiro e quarto lugares por 6 x 3. 

A Espanha não sofria cinco gols numa só partida havia 51 anos. Desde 1963, quando perdeu num amistoso para a Escócia, em Madri, por 6 x 2. Em Mundiais, a Espanha tem como maior derrota o 6 x 1 para o Brasil, no Maracanã, em 1950.

Tudo deu errado para a Espanha e Louis Van Gaal saiu do jogo como um gênio, o único técnico capaz a enfiar cinco gols nos espanhois, donos do futebol mundial nos últimos seis anos. Seu grande mérito foi formar uma equipe que trabalhar na parte defensiva para que brilhem as referências ofensivas. Desde as eliminatórias, Robben, Van Persie e Sneijder decidiram, não os garotos -- 15 gols dos 34 da fase classificatória foram marcados pelos três.

Só que a defesa demorou 45 minutos para acertar o posicionamento. No primeiro tempo, a Espanha no 4-2-3-1 escalava David Silva pela direita, Iniesta pela esquerda. Xavi tinha companhia dos volantes De Guzman e De Jong, mas Silva e Iniesta se movimentavam ora nas costas dos laterais. 

Obrigavam os laterais a recuarem e a Holanda ficava com uma linha de cinco, a defesa toda afundada perto da grande área. Então, Iniesta e David Silva flutuavam pelo meio. E o espaço se abria para os passes, como o de Xavi para o pênalti sofrido por Diego Costa (para mim, foi pênalti).

No início do segundo tempo, já como empate por 1 x 1 produzido por um gol espetacular de Van Persie, de peixinho, a Holanda acertou a marcação. De Vrij saiu mais para a lateral perseguindo individualmente a Iniesta. Martins Indi ficava mais perto de Vlaar e isso impediu Diego Costa de matar a sobra, como fazia na primeira etapa. Primeiro equilibrou. 

E logo depois com a defesa sólida, a bola começou a chegar para os talentos. Robben, Van Persie e Daley Blind, pela ordem, os melhores da partida. A Holanda massacrou e já é sensação. Mas taticamente vai ser um exercício difícil acertar três zagueiros contra quem tiver só um atacante. Veja na ilustração abaixo o espaço que os espanhois tinham no primeiro tempo.

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A Holanda deu show, mas não foi perfeita. No primeiro tempo, dois zagueiros não marcavam ninguém

13/junho/2014
ESPANHA 1 x 5 HOLANDA
Local: Fonte Nova (Salvador); Juiz: Nicola Rizzolli (Itália); Gol: Xabi Alonso (pênalti) 27, Van Persie 44 do 1º; Robben 8, De Vrij 20, Van Persie 27, Robben 35 do 2º; Cartão amarelo: De Guzman (24'), De Vrij, De Guzman, Van Persie, Casillas
ESPANHA (4-2-3-1): 1. Casillas (4), 22. Azpilicueta (5), 15. Sergio Ramos (5,5), 3. Pique (5,5) e 18. Alba (5); 14. Xabi Alonso (5) (11. Pedro 17 do 2º (5)) e 16. Busquets (5,5); 21. David Silva (6) (10. Fabregas 33 do 2º (5)), 8. Xavi (6) e 6. Iniesta (6,5); 19. Diego Costa (5) (9. Fernando Torres 17 do 2º (4)). Técnico: Vicente Del Bosque
HOLANDA (3-4-1-2): 1. Cillessen (6,5), 2. Vlaar (5,5), 3. De Vrij (6) (13. Veltman 32 do 2º (sem nota)) e 4. Martins Indi (5,5); 7. Janmaat (6), 6. De Guzman (6) (20. Wijnaldum 17 do 2º (6,5)), 8. De Jong (6,5) e 5. Daley Blind (7,5); 10. Sneijder (6); 11. Robben (8,5) e 9. Van Persie (8). Técnico: Louis Van Gaal
Homem do jogo FIFA - Van Persie
Homem do jogo PVC - Robben
58% x 42%