Deu a lógica no clássico nordestino que abriu as semifinais da Liga de Basquete Feminino (LBF), neste sábado, no Ginásio Castelinho, em São Luís, no Maranhão. Com grandes atuações da pivô da seleção brasileira, Érika, que anotou um duplo-duplo de 18 pontos e dez rebotes, e da americana Tiffany Hayes, que também brilhou com 19, o Sport Recife não tomou conhecimento das donas da casa e venceu o Maranhão por 67 a 61 no primeiro confronto da série melhor de três que vale vaga na decisão da LBF. As duas equipes voltam a se enfrentar no próximo sábado, às 10h, em Recife.
Na outra semifinal, os representantes paulistas São José e Americana começam a decidir a outra vaga na decisão neste domingo, às 18h30 (horário de Brasília), no Ginásio ADC, em São José dos Campos (SP).
Cestinha do primeiro jogo das semifinais com 25 pontos e principal destaque do Maranhão, a experiente ala Iziane elogiou o poder de reação de sua equipe, mas reconheceu a superioridade da equipe do Sport.
- O Sport só perdeu dois jogos na temporada e é o time a ser batido. Sabíamos que seria difícil. Começamos muito mal, tivemos bons momentos em que podíamos ter vencido, mas elas foram melhores e mereceram a vitória. Temos que levar esse espírito de superação para Recife e lutar para tentar vencer e empatar a série - afirmou a camisa 8 do Maranhão.
O JOGO
Como o técnico Antônio Carlos Barbosa já havia afirmado na véspera da partida, o Sport Recife, atual bicampeão da LBF e time de melhor campanha na primeira fase, é o time a ser batido nesta temporada. Suas jogadoras bem que tentaram, mas não conseguiram acabar com o favoritismo da equipe pernambucana.
Nos primeiros dez minutos, então, não deu nem para o gasto. Liderada pela americana Tiffany Hayes, cestinha do primeiro tempo com 13 pontos, e pela pivô da seleção brasileira, Érika, as visitantes dominaram o quarto do início ao fim e venceram por 26 a 19.
As donas da casa acordaram no começo do segundo período, e o jogo pegou fogo. Com Iziane inspirada, o Maranhão reagiu, diminuiu a diferença para apenas quatro pontos (34 a 30) e só não conseguiu a virada porque as visitantes tinham Tiffany e Érika em uma tarde também iluminada.
Na volta do intervalo, as donas da casa encostaram de vez numa bola de três pontos da armadora canadense January e deram a impressão de que a virada era questão de tempo. Mas foi só impressão. O Sport deu o troco no ataque seguinte com Érika, retomou o controle do jogo e venceu o período por 24 a 13.
Se já estava difícil para o time da casa tirar um prejuízo de 15 pontos, a situação piorou quando Iziane perdeu a cabeça e deu uma cotovelada na pivô Nádia no primeiro lance do último período. A arbitragem agiu corretamente puniu a ala maranhense com uma falta antidesportiva. O time pernambucano aproveitou o descontrole da camisa 8 e aumentou a diferença para 18 pontos.
Com o resultado nas mãos, o time pernambucano diminuiu o ritmo e passou a gastar o tempo e administrar a vantagem. A reação parecia improvável, mas as donas da casa se recusavam a jogar a toalha. Empurrada pela torcida que lotou o Ginásio Castelinho, o Maranhão reagiu, diminuiu o prejuízo para apenas três pontos a 54 segundos do fim e colocou fogo no jogo.
Com os nervos a flor da pele, o time pernambucano cometeu dois erros consecutivos no mesmo ataque e deu a posse de bola de graça para as donas da casa. Mas a canadense January retribuiu a gentileza e também perdeu o controle da bola. Desta vez, o Sport não bobeou e, com um lance livre convertido pela americana Tiffany, assegurou a vitória e a vantagem na série melhor de três.
