sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Médico do COB diz que chance de Lais ter sequela definitiva é grande

Lais Souza segue em fase de recuperação do acidente de esqui sofrido durante um treino em Salt Lake City, nos Estados Unidos, quando se preparava para as Olimpíadas de Inverno de Sochi. A atleta já conseguiu mexer os ombros e tem mostrado evolução no quadro neurológico. Entretanto, ainda não é possível afirmar se a esquiadora conseguirá recuperar todos os movimentos. De acordo com o médico do Comitê Olímpico Brasileiro, Dr. Júlio Nardeli, as chances dela ter alguma sequela definitiva são consideráveis.
- O atleta é diferente da população normal. É diferente do motoqueiro que cai na rua e tem a mesma lesão que ela. Do cara que cai da laje e tem a mesma lesão. Atleta sempre pode surpreender e é nisso que estamos apostando. Mas, no contexto geral, a chance dela ter lesão com sequela definitiva é grande - afirmou.
O caso tem sido comparado com o da ponteira da seleção brasileira de vôlei feminino Jaqueline, que, no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, se chocou com Fabi e não conseguia mexer membros superiores e inferiores. A jogadora recordou o ocorrido e disse saber o que Lais Souza e seus familiares estão passando neste momento.
- Imaginei minha carreira indo embora, que não podia mais mexer do pescoço para baixo. As primeiras pessoas que pensei foram as da família, é meio complicado. Sei o que ela está passando, e a família também. Eu não desejo isso para ninguém - declarou Jaqueline.
Ginástica Laís Souza (Foto: Cahê Mota )Lais Souza pode ter sequelas definitivas, de acordo com médico (Foto: Cahê Mota)
Apesar de algumas semelhanças, os casos não são iguais. Jaquele teve uma lesão do ligamento na altura da quinta vértebra cervical, o que causou um edema que rapidamente regrediu. Já Lais Souza teve uma lesão na cervical que ainda não tem prognóstico claro sobre a gravidade.
O ortopedista Sérgio Gurgel explicou que Lais pode recuperar integral ou parcialmente os movimentos para, ao menos, realizar atividades do cotidiano normal de uma pessoa.
- Já vi um choque medular recuperar o movimento, já vi recuperar parcialmente o movimento, não a força muscular integral, mas o bastante para caminhar com uma muleta, sozinha ou até integralmente - explicou.