quarta-feira, 6 de março de 2013

O apito europeu que dá uma mãozinha aos gigantes da Espanha. Foi a vez do Real Madrid

Em 2009 Chelsea e Barcelona duelaram em Londres. O norueguês Tom Henning Ovrebo operou o time inglês sem anestesia. Pênalti contra o Barcelona naquela noite em Londres com ele no apito parecia impossível. E foi. O apitador curte, há tempos, uma geladeira, o que não deve ser algo estranho para ele, acostumado ao frio de seu país. "Olhando para trás, há certas coisas que deveria ter feito de outro modo", disse Ovrebo, tempos depois.

No ano passado, o holandês Björn Kuipers decidiu dar pênalti contra o Milan, beneficiando o Barcelona. Isso em pleno agarra-agarra na área milanista com jogadores dos dois times puxando um ao outro. E a bola sequer havia entrado em jogo. Foram dois os penais, esse o mais polêmico, no triunfo catalão que levou o time a avançar na Champions League. Kuipers ainda trabalhou na Eurocopa, um "prêmio" à sua incompetência demonstrada meses antes?

Agora foi a vez do turco Cüneyt Çakır entrar em ação. A expulsão sem nexo de Nani, com menos de 12 minutos da etapa final, mudou os rumos de Manchester United x Real Madrid. Com um homem a mais, o time espanhol virou o placar e se classificou para as quartas-de-final da Liga dos Campeões. Até José Mourinho, contumaz reclamão quando o tema é o apito, admitiu que o mediador que veio da Turquia deveria dar no máximo um cartão amarelo a Nani (veja vídeo abaixo).

Palmas para o polêmico treinador português, que desta vez admitiu o auxílio, involuntário que seja, do árbitro à sua equipe. Isso é raro. Frequente, comum, são os erros a favor dos dois gigantes espanhóis. Não me pergunte os motivos. Eu também gostaria de saber. Que são dois timaços, não se discute. Mas a meu ver está claro que em determinados momentos, por esses mistérios do futebol, os apitadores acabam decidindo contra seus adversários.

PS: o equívoco do árbitro não anula a estranha e absurda decisão de Alex Ferguson, que deixou Rooney no banco e não o colocou em ação sequer quando Modric entrou para armar o Real Madrid com um homem a mais. Van Persie, mais cansado, não o combatia, algo fundamental com o Manchester United inferiorizado numericamente. "Inteiro", Rooney poderia ter entrado imediatamente após à substituição feita por Mourinho. Ele seria capaz de perseguir Modric e puxar eventuais contra-ataques. Ferguson pode dividir com o apitador turco a responsabilidade por boa parte do que se passou em Old Trafford.
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Mourinho diz que árbitro poderia ter dado apenas um cartão amarelo na polêmcia expulsão de Nani