segunda-feira, 4 de março de 2013

Jogo das Estrelas do NBB, um mercado de ilusões

Sinceramente não consigo definir a opinião dos torcedores do basquete brasileiro à respeito do carimbado “Jogo das Estrelas”. Eu possuo uma opinião e isso não vem de agora, já tenho dito e escrito inúmeras vezes o que penso a respeito desse assunto, obviamente que aqui é a primeira vez. 

Inicialmente esse evento foi criado pela LNB e, como não poderia deixar de ser, é dirigido pela Rede Globo de televisão. Convem salientar que essa emissora, dona de “quase” tudo no basquete brasileiro, manda e desmanda, inclusive programando ao seu bel prazer a transmissão do evento em rede aberta e ao vivo, simplesmente em um sábado às 10 horas da manhã, quando as suas audiências são baixas e o prejuízo não assusta. Nada mais tranquilo do que colocar o basquete nesse sistema, afinal, como dizem ali dentro, o basquete brasileiro não dá a audiência necessária para exibí-lo de outra forma. 

Quando disse acima que a Globo manda em “quase tudo”, é porque ainda não conseguiram abocanhar o campeonato paulista transmitido pela ESPN, o mais importante do Brasil sobre vários aspectos, motivo para um tópico exclusivo, mais tarde escreverei sobre isso. 

Voltando ao “Jogo das Estrelas”, a primeira questão que me vem à cabeça é: quem são as estrelas? Os brasileiros ou os estrangeiros? Ou todos? Posso dizer que os brasileiros não são, na minha ótica faltam-lhes honrarias e conquistas internacionais para serem assim considerados. Os estrangeiros muito menos, porque se fossem estrelas não estariam jogando no Brasil com salários ridículos em função do que ganhariam jogando na NBA ou na Europa.

Divulgação
Shamell errou de propósito, se deu mal, e time dos brasileiros venceu de novo o Jogo das Estrelas do NBB
Shamell errou de propósito, se deu mal, e time dos brasileiros venceu de novo o Jogo das Estrelas do NBB
 

Entendo muito bem que essa chamada é um jogo de marketing, mas quem acompanha o basquete brasileiro sabe do que estou falando. Basta ver o nível técnico/tático do NBB e me digam quem nos encanta à ponto de ser considerado “estrela”. Outra questão: aquilo que vemos é um jogo? Mas que jogo é esse quando as brincadeiras e a forma de jogar contrariam as regras básicas do jogo? Afinal, que tipo de instrução tática os técnicos orientam os seus comandados? Porque o que nós vemos são lança chamas em direção ao aro, imperando acima de tudo o exagerado individualismo com arremessos de 3 pontos, como se aquilo realmente fosse um feito espetacular criado há 29 anos pela Fiba.

Qual bom exemplo ficou para os jovens iniciantes ao verem aquele jogo chamado de espetacular pelos narradores e comentaristas, onde inexistem as defesas e o prazer de pontuar está acima de qualquer vontade de impedir tais proezas. Confesso que assisti apenas o primeiro quarto e o final do jogo, não tive paciência para encarar um minuto a mais. A tal proeza do Brasil vencer os estrangeiros é verdadeira? Isso foi real ou mais uma armação em busca de uma fictícia emoção criada pelo Shamell ao errar de propósito aquele último lance livre? Mais uma jogada de marketing? 

Meus amigos, confesso que esse jogo das estrelas não me atrai, não é dessa forma que eu vejo o basquete que eu amo tanto. Vejo ali o menosprezo a uma modalidade carregada de histórias triunfais no cenário nacional e internacional. Aquilo é um verdadeiro “mercado de ilusões”, quando estão vendendo algo que não existe, sem atestado de garantia, quebrou joga fora. 

Abraços, prof. Wlamir Marques.