domingo, 3 de junho de 2012

R10 gera rejeição, mídia inicia leilão e Assis certamente agradece

Antes mesmo de romper com o Flamengo, Ronaldinho Gaúcho já era visto pela maioria das pessoas que acompanham futebol como um "mico". Palmeirenses e gremistas têm agradecido ao clube carioca por tê-lo contratado, livrando seus times do papelão protagonizado pelos rubro-negros, cuja diretoria não honrou compromissos assumidos e expõe os flamenguistas a piadas e chacotas.

Mas não são apenas os cartolas da Gávea os vilões dessa história sem mocinhos. A matéria de capa da Revista ESPN deste mês confirma a tese. Ronaldinho Gaúcho foi uma decepção, um fracasso, que seria ainda mais estrondoso não fossem alguns bons momentos, especialmente em parte do campeonato brasileiro do ano passado. Sim, o "produto" que o irmão e empresário Assis tem para oferecer ao mercado vale muito menos hoje.

Para o staff de "R-10", nada como notícias sobre seu destino. Palmeiras, Santos, Grêmio, Cruzeiro, ABC, Rio Negro, Itabuna, Íbis... Não importa. Quanto maior o número de clubes supostamente interessados no futebol de Ronaldinho, melhor. Daí vem uma valorização desproporcional à bola que o mesmo tem apresentado nos gramados há anos. Foi assim entre 2010 e 2011, quando três grandes duelaram para tê-lo.

E a imprensa, em grande parte, cai nessa. As especulações, debates, discussões, análises sobre seu destino ocupam espaço na mídia esportiva absolutamente despropocional à real importância do jogador hoje. De repente Flamengo e Palmeiras estão brigando e o pivô é um camisa 10 que foi melhor do mundo e há tempos desfila nos gramados como sombra distante do que foi um dia.

Então, parabéns ao Assis, que consegue, mais uma vez, valorizar um "produto" desvalorizado. Não parece difícil pautar a imprensa, que graciosamente repercute informações, até as eventualmente plantadas, sobre Ronaldinho como se referisse a um jogador em alta. Como se ele fosse um investimento de retorno assegurado, e não uma "roubada" praticamente certa para quem se aventurar a levá-lo para o Centro de Treinamentos.

Em alguns momentos nos falta espírito critico para avaliarmos o tamanho de cada "notícia" e se é mesmo "notícia". E desse jeito a mídia faz o jogo que convém aos que a manipulam. Vamos pensar um pouco, não custa nada. A rejeiçao de TODAS a torcidas a Ronaldinho está escancarada. Mas o noticiário trata o irmão de Assis como se a maioria sonhasse em vê-lo no clube de coração.

Alguém vai dizer que o Flamengo é uma bagunça (o que faz sentido) e alegar que por isso R-10 lá fracassou. Diziam o mesmo quando o Corinthians contratou Adriano. Esqueceram o resultado daquela aventura? Do que adianta a melhor estrutura, a maior organização se o jogador de futebol não demonstra mais a mesma motivação do passado? Vai dar certo se ele parar em outro grande do futebol brasileiro? Não creio. E você?

Mas a corrida desenfreada pelo "furo", que muitas vezes é do tamanho do buraco de uma agulha, faz jornalistas perderem a noção. De minha parte, não entrarei nessa. Vou é questionar quem contratar Ronaldinho mesmo com a rejeição da própria torcida. O cartola que tomar tal atitude, com ou sem apoio de investidores e parceiros, deverá tais explicações aos torcedores do seu clube.

E é aí que nós entramos.




PS: acima o trailer do filme "Ausência de Malícia", de 1981, dirigido por Sydney Pollack e com Paul Newman e Sally Field. Muito interessante e que trata de imprensa e manipulação. Fica a dica.