terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mau exemplo do Corinthians deve servir de alerta para Inter e Fla

No dia 13 de janeiro do ano passado, publiquei em minha coluna no jornal Marca uma nota com o título "Corinthians: risco na Libertadores". Exatos 13 dias depois os corintianos empatavam sem gols com o Deportes Tolima, no Pacaembu. Mais uma semana e o time colombiano aplicou 2 a 0 em Ibagué, despachando os alvinegros do certame, um dos maiores vexames do clube brasileiro em 100 anos de história. Não, o time do Deportes Tolima não era grande coisa. Tanto que nem passou da fase de grupos e ainda levou uma surra do Cruzeiro, 6 a 1.

O grande erro corintiano em 2011 foi não se preparar adequadamente para o confronto com um adversário nitidamente inferior, mas que se voltou para aqueles dois jogos como os mais importantes do ano. No Marca, alertávamos então: "Foram contratados oito jogadores pelo Tolima, que faz amistosos pensando no Corinthians. Domingo jogará na cidade de Neiva, com o Huila, que disputou a última Sul-Americana. Três dias depois, em Guayaquil, o adversário será o Barcelona. Ainda no Equador, no domingo seguinte, pega o Emelec, que caiu no grupo do Inter em 2010".

Não era difícil perceber o quão séria era a preparação dos colombianos para duelar com Ronaldo & Cia. Deu certo. Para eles. Deu errado, tudo errado. Para o Corinthians. No vídeo abaixo, os 2 a 0 em Ibagué, que muitos se esquecem, marcou a última partida oficial do Fenômeno. Um fim de carreira triste, pífio. E agora, em 2012, quais os riscos de Flamengo e Internacional, times brasileiros que estão na fase preliminar da Copa Libertadores? Os rubro-negros pegarão o Real Potosí, da Bolívia. Os colorados terão pela frente o Once Caldas, da Colômbia, bem mais complicado.

O time colombiano comeca a semana treinando e pensando no campeão gaúcho. O técnico Juan Carlos Osorio trocou o time de Manizales pelo Puebla, do México, e Pompilio Páez, o ex-auxiliar, assumiu a equipe nos últimos jogos do torneio Finalización. Mas ao contrário do Tolima do ano passado, o Once Caldas tem pouco tempo para se preparar, depois que o elenco teve curtas férias (19 dias) em meio a Natal e virada de ano. Páez dispõe de 20 jogadores, começa a treinar com cinco dias de desvantagem em relação ao Inter e ainda corre atrás de reforços.

Para piorar, perdeu três atletas para o Atlético Nacional, outro representante colombiano na Libertadores e campeão do Apertura no ano passado. Elkin Calle e Alexis Henríquez, homens de defesa, e Alexander Mejía, volante, foram para Medellín. Chegaram apenas dois que estavam emprestados a outras equipes, casos de Avimiled Rivas (meia que fechou 2011 no Boyacá Chicó) e Luis Miguel Vergara (zagueiro então cedido ao Atlético Bucaramanga). Eles deverão ser incorporados ao elenco. Contudo, são apostas futuras, mais do que nomes para os confrontos que se aproximam.

No dia 25 de janeiro os times vão se enfrentar no Beira-Rio. Até lá os colombianos deverão apenas treinar. Em 1° de fevereiro acontece o jogo de volta, no Palogrande a 2.153 metros de altitude. Se não está tão voltado aos dois duelos quanto o Tolima de 2011, o Once Caldas tem a seu favor a história na Libertadores, que conquistou em 2004 eliminando Santos e São Paulo, para superar o Boca Juniors na decisão. No ano passado, bateu o Cruzeiro, tirando o time brasileiro do torneio ao vencer em Minas Gerais. O risco existe e cabe ao Internacional tomar muito cuidado.

Já o adversário do Flamengo vem treinando direto desde o ano passado. Enquanto os jogadores do Once Caldas se reapresentavam após as férias, os do Real Potosí completavam três semanas de pré-temporada. A prioridade é o jogo com o time carioca, no Víctor Agustín Ugarte, estádio situado a 3.975 metros do nível do mar e que deverá receber 25 mil torcedores no dia 25. Os ingressos custarão entre 20 Bolivianos (pouco mais de R$ 5) e 150 Bolivianos (R$ 40). O clube procura reforços de última hora, argentinos de preferência.

Adversário do Flamengo na fase de grupos da Libertadores em 2007, o Real Potosí caiu na fase preliminar diante de Palmeiras, em 2009, e Cruzeiro, em 2010. Sem o peso e a tradição de sucesso do Once Caldas, em tese não deve oferecer grande resistência, exceto se conseguir uma vitória por boa margem de gols atuando em casa a quase 4 mil metros. Fato é que se o time rubro-negro for eliminado pela modesta equipe boliviana, será um mico maior do que o famoso "Tolimazo" do ano passado.

Enquanto os jogadores voltam das férias e a bola vai rolando aos poucos na América do Sul, o blog faz uma pausa por algumas semanas. Retornaremos justamente quando Internacional e Flamengo estiverem definindo seus destinos na Libertadores.