sábado, 10 de setembro de 2011

Cresce bronca dos clubes contra Fifa e seleções. Chegou a hora do basta?

Neste segundo semestre, a seleção brasileira acumulurá uma quantidade de jogos equivalente a um compromisso a cada período de duas semanas. Isso mesmo, proporcionalmente o time da CBF fará duas partidas por mês! É muita coisa. É demais. E este é apenas um exemplo, afinal, as seleções obivamente se espalham pelo mudo e, além de amistosos em Datas Fifa, existem as competições como Eurocopa, Copa América e Copa Africana de Nações.

A Euro não atinge os clube europeus, afinal, é disputada por times formados quase que em sua totalidade por atletas contratados pelos times do "Velho Mundo". Mas as demais atingem em cheio os clubes não só de lá, como daqui, da América do Sul, do Brasil. São inúmeros compromissos nos quais a velha fórmula se repete: confederações convocam jogadores quase como se fossem à guerra e os utiliza. De vez em quando, devolvem alguém quebrado.

Valdívia voltou contundido ao Palmeiras após atender ao chamado do Chile, Ganso retornou ao Santos lesionado em jogo do time cebeefiano, Sandro não pôde começar a temporada pelo Tottenham por ter se machucado pouco antes da Copa América, e por aí vai. Certa vez o Newcastle conseguiu ser ressarcido após ceder Michael Owen à seleção inglesa e receber o atacante arrebentado. Mas nem isso resolve. É como se você empretasse o carro a um amigo, ele batesse com o veículo e pagasse o reparo. Ok, mas e quando ao período no qual o dono do automóvel ficou a pé, como fica?

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Karl-Heinz Rummenigge, presidente do Bayern de Munique e da Associação Europeia de Clubes (ECA), comparou o presidente da Fifa, Josef Blatter, a Hosni Mubarak, ditador deposto no Egipto: "Há um ano, Mubarak não imaginava que iria ser deposto. Blatter não tem uma boa imagem" disparou o alemão, que depois se desculpou com o mega-cartola pela "linguagem agressiva". Sim, pode ter sido um excesso, mas o episódio deixa evidente a insatisfação de quem paga (caro) pelos jogadores. Queixas contra tal situação já partiram de Barcelona e agora foi a vez de Sir Alex Ferguson protestar.

Manager/técnico do Manchester United desde 1986, o escocês considera exagerado o número de amistosos de seleções. Ele se irirta com as contusões e o desgaste dos atletas, que não conseguem ter sequência de treinamentos em seus clubes. "Sempre pedimos que diminuíssem o número de jogos internacionais. Todos os clubes concordam com isso. Mas o problema não envolve só os amistosos", frisa o campeão inglês, que disparou contra a Copa América, disputada na pré-temporada europeia a cada quatro anos, e a Copa Africana, que acontece ano sim, ano não, em janeiro!


Rummenigge: cobranças fortes contra o calendário da Fifa em defesa dos clubes
Rummenigge: cobranças fortes contra o calendário da Fifa e defesa dos clubes
O desgaste é evidente e idiscutível. Ronaldinho e Ralf estiveram à disposição da CBF no duelo contra Gana, segunda-feira, em Londres, viajaram, jogaram na quinta e voltarão a campo domingo. Isso significa até três jogos em menos de uma semana. Já o Hulk entrou em campo pelo time de Mano Menezes e no dia seguinte, terça, defendeu o Porto pelo Campeonato Português contra o União de Leiria. O atacante saiu de campo lesionado, antes do final do cotejo e, poupado, começou no banco a peleja com o Vitória de Setúbal.

Rummenigge cobra a aplicação das reformas prometidas na Fifa depois dos escândalos de corrupção. Ele sugeriu a Blatter agir rapidamente "antes que o seu sucessor o faça ou venha uma revolução do exterior". O movimeto cresce, a bronca geral aumenta. Não é para menos.