quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Brasil escapa da dependência de Sheilla para chegar às semifinais do Mundial

Depois da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, a seleção brasileira feminina de vôlei passou por uma transformação. Fofão e Walewska deixaram o time. Jaqueline tirou um ano sabático para se casar com Murilo. E Paula Pequeno enfrentou uma série de lesões. Coube então a Sheilla a responsabilidade levar a equipe adiante.

AS ATACANTES DA SELEÇÃO BRASILEIRA

  • AFP PHOTO/Kazuhiro NOG Após a Olimpíada de Pequim, a seleção brasileira ficou muito dependente de Sheilla no ataque
  • Arte UOL Agora, a oposta divide o trabalho com as outras 4 atacantes: Fabiana, Jaqueline, Natália e Thaísa
A seleção, então, passou a viver uma certa dependência de Sheilla. Quando a oposto não jogava ou tinha uma atuação apagada, toda a equipe sentia. No Mundial feminino de vôlei, entretanto, o Brasil encontrou uma maneira de encerrar de vez essa dependência.
Sheilla, é claro, continua sendo uma peça importante na seleção brasileira. Mas não é a única. No ataque, ela divide os holofotes com a ponteira Natália e as centrais Thaísa e Fabiana. Na defesa, a ponta Jaqueline dá uma segurança que o time não tinha desde Pequim.
“Aqui no Mundial a gente felizmente está tendo essa característica de uma distribuição maior entre todas as atacantes. Isso facilita o trabalho de todo mundo porque é distribuído igualmente para todas elas. Acho que todo mundo consegue dar sua colaboração, todo mundo está em condições de dar essa colaboração. E todo mundo fica mais feliz, porque quando você começa a sobrecarregar uma só pode entender que o time está com problema”, disse o técnico da seleção brasileira, José Roberto Guimarães.
É justamente quando Sheilla está um pouco apagada que o Brasil mostra o fim da dependência. No jogo desta quarta contra os Estados Unidos, quando a oposto foi marcada pelo adversário, quem brilhou foi Jaqueline. No passe contra a Itália na primeira fase, o show foi de Natália.
Modesta, Sheilla discorda que antes do Mundial o time dependia muito dela. “Não acho que no Grand Prix tenha sido assim. Só no jogo contra o Japão (derrota da seleção na fase final) que eu não fui bem e o resto do time também não foi bem”, afirmou a jogadora.
Para o técnico José Roberto Guimarães, o problema de acionar sempre a mesma jogadora é o desgaste físico que isso provoca. Pior ainda no caso de Sheilla, que disputa o Mundial com dores nas costas.
“A minha preocupação com a Sheilla sempre foi essa, de muito desgaste, de muita sobrecarga da quantidade de bolas que ela pode receber em uma partida. Sendo distribuído isso entre todas as jogadoras da equipe tudo fica mais tranquilo. A gente tem um trabalho de equipe muito mais efetivo e muito mais positivo. Uma grande equipe funciona dessa maneira, não sobrecarregando ninguém”, diz o treinador.    
Esse jogo de equipe levou o Brasil de forma invicta até as semifinais do Mundial. E é a principal aposta do país para ficar com o título. O próximo desafio será às 7h (de Brasília) de sábado, em Tóquio, contra o Japão, pelas semifinais.