quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Em final repleta de erros e viradas, Rússia leva 1º ouro do Mundial de Roterdã

AP Photo/Bas Czerwinski
Russas conquistam a medalha de ouro na final feminina por equipes em Roterdã

Quase 20 anos depois, a Rússia está de volta ao lugar mais alto do pódio na disputa feminina por equipes do Mundial de ginástica artística. Nesta quarta-feira, na primeira final do campeonato realizado em Roterdã (Holanda), o time europeu mostrou que está definitivamente de volta à elite do esporte e garantiu a medalha de ouro, conquistada pela última vez em 1991 pela extinta União Soviétiva.
A equipe russa campeã foi formada por Ekaterina Kurbatova, Aliya Mustafina, Tatiana Nabieva, Ksenia Afanasyeva, Ksenia Semenova e Anna Dementyeva.
  • AFP PHOTO / BORIS HORVA Aliya Mustafina foi o destaque da Rússia na conquista da medalha de ouro nesta quinta. Confira abaixo o resultado da final feminina por equipes:

    1 - Rússia - 175,397 pontos
    2 - Estados Unidos - 175,196
    3 - China - 174,781
    4 - Romênia - 173,096
    5 - Japão - 169,897
    6 - Austrália - 168,629
    7 - Grã-Bretanha - 166,828
    8 - Itália - 163,429
A prova que abriu a série de decisões em Roterdã foi bastante nervosa e repleta de erros. As próprias russas se complicaram na segunda rotação, quando tiveram desempenho desastroso nas barras assimétricas, mas se recuperaram nos outros três aparelhos e também contaram com a irregularidade de chinesas e norte-americanas.
A China liderou a final durante duas baterias e chegou à última série com favoritismo. A equipe asiática foi para o solo junto com o time da Rússia e com uma vantagem de menos dois décimos no placar. No aparelho derradeiro, porém, as russas tiveram apresentação ligeiramente melhor e retomaram a liderança, assegurando o primeiro lugar com soma de 175,397 pontos.
Além de saírem da liderança, as chinesas, atuais campeãs olímpicas, ainda despencaram para o terceiro lugar, já que os Estados Unidos tiveram ótima performance no salto e se recuperaram das falhas nos aparelhos anteriores, nos quais o time norte-americano mostrou bastante irregularidade. As americanas faturaram a prata com 175,196 pontos, deixando o bronze para a China com 174,781.
Apesar do vice-campeonato, os Estados Unidos não mostraram a força de anos anteriores. Com uma equipe parcialmente renovada e uma de suas principais ginastas em má forma (Bridget Sloan), o time norte-americano não viu nenhuma de suas ginastas se destacar nesta quarta-feira. Alicia Sacramone, que está de volta às competições internacionais após dois anos, decepcionou na trave, mas foi quase perfeita no salto e ajudou o time a assegurar a prata no aparelho final.
Figurinha carimbada nos pódios de Mundiais, a Romênia desta vez teve de se contentar com o quarto lugar, seguida por Japão, Austrália, Grã-Bretanha e Itália. O Brasil, que ficou em 10º lugar nas eliminatórias, não disputou a final.
O Mundial de Roterdã segue nesta quinta-feira com mais uma decisão por equipes, agora masculina. A prova começa às 13h (horário de Brasília) e terá transmissão do Sportv. O Brasil não participará da final.
A final, rotação por rotação
Equipes que estrearam no salto, aparelho que costuma ter notas mais altas, Rússia e China terminaram a primeira rotação em primeiro e segundo lugares, respectivamente. Com bom desempenho nas assimétricas, os Estados Unidos vieram logo em seguida. Austrália e Grã-Bretanha pagaram o preço por começar na trave e encerraram a rodada inicial nas duas últimas colocações, com Romênia e Japão nas posições intermediárias.
A segunda rotação foi cruel com a Rússia e também quase derrubou a China. As duas equipes foram juntas para as barras assimétricas. Logo de cara, as asiáticas tiveram a queda de Yuyan Jiang, que atrapalhou o time. Entretanto, He Kexin mostrou quase perfeição em sua execução, passou dos 16 pontos e compensou a falha da compatriota. A Rússia, porém, não teve a mesma sorte. Não só uma, mas duas das três atletas caíram das barras (Ana Dementyeva e Tatiana Nabieva). Não teve jeito, e as russas despencaram para o terceiro lugar na classificação geral, sendo ultrapassadas pelas americanas, que se destacaram em seu melhor aparelho, a trave.
Comprovando que o solo não é seu forte, o time dos Estados Unidos foi mal na terceira rotação. Alexandra Raisman foi a única atleta que se destacou, mas não foi suficiente, e a equipe foi novamente ultrapassada pela Rússia, que superou o nervosismo e garantiu boas séries na trave, voltando a brigar pelo título. Lu Sui caiu neste mesmo aparelho, mas ainda assim a China manteve-se em primeiro lugar, agora com menos de dois décimos de diferença para a equipe russa. A Itália foi mal nas assimétricas e despencou para a lanterna.
Na rotação final, os Estados Unidos tiveram a vantagem de competir no salto, e as três norte-americanas que disputaram a fizeram grandes apresentações. Enquanto isso, China e Rússia duelaram no solo, com as asiáticas competindo antes. O desempenho chinês na prova foi bom, mas as russas foram ainda melhores e garantiram o triunfo. As americanas ainda ‘roubaram’ o segundo lugar, e a China teve de se contentar com o bronze.