Pirlo, maestro, "regista", dono do meio-campo, "Il'Architetto", o homem que domestica a bola

Domingo tem Juventus x Milan. Mais do que o confronto de dois dos maiores do futebol italiano, é o duelo do atual contra o ex-clube de Andrea Pirlo, 34 anos completados em 19 de maio, "regista" da "Velha Senhora" e da "Azzurra", cérebro futebolístico que disputa a Serie A do Calcio desde 1995/1995. A menos de um ano da Copa do Mundo, a Itália de Cesare Prandelli se prepara e calça todo o jogo em "Il'Architetto". Sua visão da cancha e passes certeiros, dos curtos aos mais longos, são primordiais para a "Squadra". Com o atual treinador, os italianos mudam cada vez mais de estilo. Posse de bola e troca de passes precisos dão o tom, deixando cada vez mais para trás o rótulo, injusto e desatualizadíssimo, de que a Itália só joga na retranca, no "catenaccio".

Já não era assim com Marcello Lippi na campanha do quarto título mundial em 2006, quando chegou a contar com quatro atacantes na batalha contra os alemães. Alessandro Del Piero, Alberto Gilardino, Vincenzo Iaquinta e Francesco Totti estiveram juntos em campo nos instantes finais e decisivos daquele duelo histórico. Com tentos na prorrogação, a "Azzurra" eliminou os anfitriões — Fabio Grosso marcou graças à assistência de Pirlo e Del Piero fechou a conta recebendo passe de Gilardino. Aquele resultado os conduziu à decisão contra a França, quando a Itália agrediu com o "tridente" formado por Luca Toni, Del Piero e Iaquinta em busca do gol do título, que não veio antes da disputa de pênaltis. Aberta por Pirlo e encerrada por Grosso em 5 a 3 após 120 minutos em 1 a 1.

Pirlo é o "dono" do meio-campo. Seu jogo se concentra de maneira absolutamente impressionante entre as duas intermediárias. A presença do "regista" nos flancos praticamente se limita aos escanteios batidos dos dois lados e a uma cobrança de falta e outra. Ele vai buscar a pelota próximo aos zagueiros, "canta" o jogo, faz lançamentos e viradas como poucos e conduz sua equipe às imediações da área inimiga. Sua participação abrange ampla pedaço do terreno e vai além das assistências. Sem Pirlo Juventus e Itália não caminham da mesma forma. Mancam. É o ponto de estabilidade, de equilíbrio de ambas as equipes, o time hegemônico no "calcio" e o selecionado que virá ao Brasil tentando surpreender. Se é que podemos chamar de "surpresa" o que Andrea Pirlo faz em cotejos entre profissionais desde os 16 anos de idade.

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Pirlo na Copa das Confederações: gol de falta no Maracanã e 51,3 passes certos por partida com a camisa italiana

Assistência de Pirlo*
2013/2014 2
2012/2013 16
2011/2012 13
2010/2011 6
2009/2010 7
2008/2009 6
2007/2008 11
2006/2007 10
* por temporada, em clubes e seleção

Ele está sempre com a pelotaCopa do Mundo 2010 - Itália: 23 passes, 6 longos
Série A 2010/2011 - Milan: 890 passes, 167 longos
Champions 2010/2011 - Milan: 223 passes, 44 longos
Série A 2011/2012 - Juventus: 2874 passes, 474 longos
Série A 2012/2013 - Juventus: 2261 passes, 382 longos
Eurocopa 2012 - Itália: 381 passes, 65 longos
Amistosos 2013 - Itália: 150 passes, 17 longos
Copa das Confederações 2013 - Itália: 173 passes, 27 longos
Champions 2012/2013 - Juventus: 508 passes, 77 longos
Série A 2013/2014 - Juventus: 361 passes, 68 longos
Champions 2013/2014 - Juventus: 133 passes, 24 longos
Eliminatórias Copa-2014: 482 passes, 88 longos

Fonte: ESPN Trumedia

Pirlo na Copa das Confederações
51,3 passes certos por jogo
7 passes errados em 3 partidas
5 viradas de jogo corretas
9 lançamentos certos
5 desarmes certos
1 falta cometida

Fonte: Footstats

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Pirlo no Milan na temporada 2010/2011: maior presença no campo defensivo, na saída de bola, inclusive

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Pirlo na Juventus desde 2011: bem mais avançado, com liberdade para articular jogadas ofensivas

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Pirlo na Itália desde 2010: sob o comando de Prandelli, o regista atua mais recuado, como fazia no Milan

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Pirlo de 2010 para cá, em times e seleção: incrível distribuição da presença entre as intermediárias